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Ataque israelense a Gaza deixa 18 mortos
Uma das vítimas é cinegrafista da agência Reuters; operação foi represália a emboscada do Hamas que matou três soldados
Cinegrafista filmou disparo de tanque; Exército de Israel lamenta, mas não confirma causa da morte; entre as vítimas da ação, há 14 civis
Mohammed Abed/France Presse
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Carro em que estava cinegrafista da Reuters, Fadel Shana; ele filmou disparo de tanque israelense
DA REDAÇÃO
Nos mais violentos incidentes desde o mês passado, Israel
matou ontem 18 pessoas na faixa de Gaza, entre elas pelo menos 14 civis. Um dos mortos na
operação era cinegrafista da
agência britânica Reuters. O
ataque foi desencadeado em
resposta à morte, horas antes,
de três soldados israelenses.
Três mortos num mesmo dia
significa para Israel a maior
perda desde a última guerra no
Líbano, em 2006. Neste ano, o
país já perdeu sete soldados,
mais do que em 2007.
Apesar do saldo carregado
dos confrontos, Israel permitiu
ontem o reinício do fornecimento de petróleo, interrompido em 9 de abril, à única usina
termelétrica de Gaza, a partir
do terminal de Nahal Oz. O
combustível é financiado pela
União Européia.
Os três soldados israelenses
que morreram pertenciam à
brigada Givati, uma unidade de
elite do Exército. Eles haviam
penetrado em Gaza em busca
de um comando radical islâmico. Surpreenderam dois ativistas do Hamas instalando explosivos na fronteira. Ao perseguirem o grupo, foram emboscados por outros guerrilheiros islâmicos nas imediações do kibutz de Beeri.
O jornal israelense "Haaretz"
diz que foi aberto inquérito para apurar a não chegada de reforços aos soldados envolvidos.
O Hamas, que controla Gaza
desde junho do ano passado,
disse que militares israelenses,
apoiados por helicópteros, mataram em diferentes confrontos quatro de seus militantes
perto do terminal petrolífero.
Mísseis de helicópteros
Outros 12 palestinos civis foram mortos quando um helicóptero israelense disparou
quatro mísseis sobre o campo
de refugiados de Bureij.
Em comunicado, Israel informou que a ofensiva tentou
neutralizar um atirador. Segundo o Ministério da Saúde de
Gaza, cinco das vítimas eram
crianças com idade oscilando
entre 12 e 15 anos.
Em operação separada, blindados israelenses penetraram
na periferia da cidade de Gaza,
onde foi morto Fadel Shana, 23,
cinegrafista da Reuters, e dois
civis que passavam perto do
carro da agência. O disquete da
câmara de Shana mostra imagens da aproximação de um
tanque que atirava a uma centena de metros.
O Exército israelense publicou mais tarde comunicado em
que lamenta a morte do jornalista, mas não confirma a causa
da morte. Porta-voz salientou
que a área em que ocorreu o incidente é palco de "confrontos
diários com organizações terroristas" e que a presença da
mídia ali "é extremamente perigosa".
Na Cisjordânia, o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina, Salam Fayyad
-ele integra uma estrutura de
poder rival à do Hamas islâmico- criticou a "truculência" israelense, mas disse que os incidentes não comprometem as
negociações com Israel para
uma paz definitiva: "Só ela fará
cessar as incursões e as matanças diárias dos israelenses".
O ex-presidente americano
Jimmy Carter chegou ontem
ao Cairo para se avistar com
dois dirigentes do Hamas. A
missão é oficiosa, já que os EUA
não têm nenhum contato com
o grupo islâmico, qualificado de
organização terrorista. Segundo um dos porta-vozes do Hamas, Ayman Taha, Carter pediu
o encontro para conhecer as
posições do grupo.
Com agências internacionais
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