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Israel rejeita pressão dos EUA por Estado palestino
Posição israelense foi detalhada a enviado da Casa Branca para Oriente Médio
Premiê Netanyahu diz a americano que palestinos devem reconhecer "caráter judaico" de Israel; chanceler defende "novas ideias"
DA REDAÇÃO
O novo governo israelense
reiterou ontem ao enviado especial dos EUA para o Oriente
Médio, George Mitchell, que é
contra a solução de dois Estados e condicionou a retomada
das conversas com os palestinos ao reconhecimento do "caráter judaico" de Israel.
Mitchell foi enviado a Jerusalém para pressionar o premiê
Binyamin Netanyahu a aceitar
a criação de um Estado palestino, norte das negociações desde os Acordos de Oslo (1993).
A resposta israelense evidenciou as divergências frontais
entre Netanyahu e a Casa Branca de Barack Obama.
"Israel espera que os palestinos primeiro reconheçam Israel como um Estado judaico
antes de dialogar sobre dois Estados para dois povos", disse
Netanyahu a Mitchell.
A exigência é rejeitada pelos
palestinos. Eles consideram
que o reconhecimento equivaleria a abrir mão dos territórios
anexados por Israel na Guerra
dos Seis Dias, em 1967, e do direito de retorno de quatro milhões de palestinos.
Segundo diplomatas presentes no encontro, Netanyahu
também disse a Mitchell que é
contra um Estado palestino independente por causa do risco
de o grupo radical Hamas expandir seu controle, hoje restrito a Gaza, à Cisjordânia.
O premiê qualificou de "erro"
a retirada israelense da faixa de
Gaza, em 2005.
Paz econômica
Netanyahu, que deve visitar
Obama em maio, ainda não especificou publicamente sua posição sobre o conflito com os
palestinos.
Mas, na campanha para as
eleições legislativas israelenses, ocorridas em fevereiro, ele
se declarou favorável a uma
"paz econômica", com a criação
de pequenas áreas comerciais
palestinas.
Após a posse do novo governo, no mês passado, o chanceler de Netanyahu, o ultranacionalista Avigdor Liberman, desqualificou os acordos previamente assinados com a Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Ontem Liberman disse a
Mitchell que o processo de paz
até agora não resultou em "nenhuma solução" e afirmou que
seu governo está buscando "novas ideias" e uma "nova abordagem". O chanceler não deu detalhes sobre eventuais planos.
Mitchell deixou claro que o
governo Obama continuará
pressionando o governo do linha-dura Netanyahu.
"Os EUA favorecem uma solução de dois Estados, que supõe um Estado palestino vivendo em paz junto ao Estado de
Israel. É um objetivo que seguiremos buscando com vigor nos
próximos meses."
O emissário americano, que
está em seu terceiro giro pelo
Oriente Médio desde a posse de
Obama, em janeiro, seguiu para
a Cisjordânia, onde será recebido hoje pelo presidente da
ANP, Mahmoud Abbas.
Com agências internacionais
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