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ONU
Holocausto cria impasse em conferência sobre racismo
DE GENEBRA
Cercada de polêmica e politização, a conferência da
ONU sobre racismo pode ter
seu documento aprovado
hoje, após intensa barganha.
Uma reunião ontem em Genebra com 18 embaixadores,
entre eles a representante do
Brasil, obteve consenso sobre os temas mais sensíveis.
A exceção foi a menção ao
Holocausto. Países islâmicos
querem que o parágrafo sobre o genocídio nazista seja
incorporado ao que trata de
outras atrocidades. Chile e
União Europeia, entre outros, insistem que o ponto seja mantido com destaque.
O impasse é um exemplo
das disputas que pairam sobre o encontro da próxima
semana em Genebra, que fará uma revisão da Conferência contra Discriminação Racial de Durban, de 2001. A
participação mais esperada é
a do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que
questiona o Holocausto e
prega o fim de Israel.
Na primeira conferência,
Israel e EUA se retiraram no
meio das discussões, alegando que elas haviam se tornado um fórum de propaganda
antissionista e antissemita.
Um dos temas mais controversos, o da "difamação de
religiões", deve ficar fora. O
conceito é defendido pelas
nações muçulmanas, mas sofre resistência de países ocidentais. Ativistas temem que
seja mero pretexto para intimidar opositores.
A embaixadora do Brasil,
Maria Nazareth Farani Azevêdo, se disse "especialmente satisfeita" com o acordo
sobre difamação da religião.
"Era um tema com um potencial enorme para derrubar a conferência."
A expectativa é que o documento seja aprovado hoje,
para apreciação dos ministros que irão à conferência,
que começa segunda-feira.
(MARCELO NINIO)
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