São Paulo, sexta-feira, 17 de abril de 2009

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ONU

Holocausto cria impasse em conferência sobre racismo

DE GENEBRA

Cercada de polêmica e politização, a conferência da ONU sobre racismo pode ter seu documento aprovado hoje, após intensa barganha. Uma reunião ontem em Genebra com 18 embaixadores, entre eles a representante do Brasil, obteve consenso sobre os temas mais sensíveis.
A exceção foi a menção ao Holocausto. Países islâmicos querem que o parágrafo sobre o genocídio nazista seja incorporado ao que trata de outras atrocidades. Chile e União Europeia, entre outros, insistem que o ponto seja mantido com destaque.
O impasse é um exemplo das disputas que pairam sobre o encontro da próxima semana em Genebra, que fará uma revisão da Conferência contra Discriminação Racial de Durban, de 2001. A participação mais esperada é a do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que questiona o Holocausto e prega o fim de Israel.
Na primeira conferência, Israel e EUA se retiraram no meio das discussões, alegando que elas haviam se tornado um fórum de propaganda antissionista e antissemita.
Um dos temas mais controversos, o da "difamação de religiões", deve ficar fora. O conceito é defendido pelas nações muçulmanas, mas sofre resistência de países ocidentais. Ativistas temem que seja mero pretexto para intimidar opositores.
A embaixadora do Brasil, Maria Nazareth Farani Azevêdo, se disse "especialmente satisfeita" com o acordo sobre difamação da religião. "Era um tema com um potencial enorme para derrubar a conferência."
A expectativa é que o documento seja aprovado hoje, para apreciação dos ministros que irão à conferência, que começa segunda-feira. (MARCELO NINIO)


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