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Vulcão deixa 1,3 milhão sem voo na Europa
Caos aéreo deve continuar hoje, já que empresas anunciaram cancelamento de operações e aeroportos devem continuar fechados
Erupção de vulcão islandês começou há três dias e não dá sinais de alívio; OMS diz que cinzas podem provocar problemas respiratórios
Omar Oskarsson/Associated Press
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Carro levanta nuvem de cinzas vulcânicas ao cruzar estrada próxima da geleira Eyjafjallajokull, na Islândia, cujo vulcão fez 16 países fecharem espaços aéreos
DA REDAÇÃO
O caos aéreo de proporções
inéditas que atinge a Europa
desde a erupção de um vulcão,
na quarta-feira, na Islândia, se
agravou ontem. No total, 13
países fecharam totalmente
seus espaços aéreos e aeroportos, e 11 o fizeram parcialmente. Quase dois terços do total de
voos foram cancelados, afetando mais de 1,3 milhão de pessoas. À noite, França e Reino
Unido estenderam até as 12h de
hoje o fechamento completo da
maioria de seus aeroportos.
Brian Flynn, da Eurocontrol,
agência de controle de tráfego
aéreo que reúne 40 países do
continente, confirmou a previsão de que pouco mudará hoje.
"Os céus estão vazios no norte
da Europa", disse Flynn ao defender a paralisia como prevenção de acidentes. "Uma nuvem
de cinzas não pode ser vista a
olho nu", afirmou. As cinzas do
vulcão da geleira islandesa Eyjafjallajokull chegaram a 9.000
metros de altura e, ontem, iam
rumo ao centro da Rússia a 40
km/h. Em 1821, o mesmo vulcão agiu por mais de um ano.
O prejuízo diário é de US$
200 milhões, segundo estimativa que a Associação de Transporte Aéreo Internacional considerou conservadora. O valor
poderá subir -muito- dependendo de quantos passageiros
preferirem o reembolso do valor pago ao adiamento da viagem e, principalmente, a demora na reorganização dos voos.
Grandes companhias aéreas
europeias estão paradas. A British Airways cancelou todos os
voos de hoje ligados a Londres.
A Iberia cancelou os ligados a
Londres, Bruxelas, Paris, Amsterdã, Copenhague, Frankfurt,
Berlim, Düsseldorf, Estocolmo
ou Varsóvia. Já a Alitalia cancelou voos a Londres, Paris, Amsterdã e Bruxelas. A Ryanair, de
baixo custo, foi a mais radical e
derrubou toda a programação
até segunda-feira.
O caos aéreo lotou as estações de trem e fez disparar os
preços do aluguel de carros e
das corridas de táxi, alternativa
para o trânsito entre capitais.
O fechamento dos aeroportos obrigou o avião da chanceler alemã, Angela Merkel, que
voltava dos EUA, a descer em
Lisboa. O do ministro de Defesa
alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg, que voltava do Afeganistão com cinco militares feridos na guerra, parou em Istambul. Várias autoridades não sabem se irão conseguir ir ao funeral do presidente da Polônia
Lech Kaczynski, que ocorrerá
em Cracóvia, no sábado -ele, a
mulher e mais 94 pessoas morreram numa queda de avião, há
uma semana. Ministros da UE
faltaram a um debate da crise
econômica grega, em Madri, e
equipes de futebol, rúgbi e basquete enfrentaram longas viagens para participar de jogos.
Na Islândia, a erupção preocupa não pelos voos -uma vez
que, ironicamente, os aeroportos de lá estão abertos, graças
ao vento favorável-, mas pelo
derretimento da geleira próxima do vulcão. Cerca de 800
pessoas já tiveram de deixar a
região às pressas pelo risco de
uma tromba d'água. Geólogos
islandeses avaliam que a erupção não dá sinais de recuo.
Especialistas divergem sobre
os riscos do fenômeno à saúde.
Segundo a OMS, as microscópicas partículas podem provocar
problemas respiratórios até em
pessoas saudáveis. Para as autoridades britânicas, porém, a
minoria das cinzas baixará.
Com agências internacionais
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