São Paulo, domingo, 17 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Crise deixou o ápice, mas não acabou, avalia o FMI

Encontro do Fundo, porém, termina com documento vago, sem fixar metas

Ricos e emergentes não chegam a consenso; Brasil volta a descartar restrição ao controle dos fluxos de capital

DE WASHINGTON

O encontro semestral do Fundo Monetário Internacional foi encerrado ontem em Washington com uma série de reclamações dos países reunidos e o diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Kahn, dizendo que a crise não está mais no ápice, mas ainda não acabou.
As principais queixas dos países foram problemas de câmbio, fluxo de capital descontrolado e inflação, além de suas consequências para o desequilíbrio econômico.
A conclusão é que, mais uma vez, os problemas da economia global se acumulam, mas uma solução coordenada entre os países ricos e os emergentes ainda está distante. A novidade em relação à reunião anterior do Fundo foi a alta dos preços.
"Ainda existem vulnerabilidades significativas nos sistemas financeiro e econômico global", afirmou Strauss-Kahn, que ressaltou novos riscos, como o tsunami no Japão, as revoltas no Oriente Médio e o aumento do preço das commodities.

PROPOSTAS VAGAS
Os avanços, porém, continuam bastante modestos. Comunicado do G20 (maiores economias globais) só estabelece "coordenadas" para analisar os desequilíbrios, como o excesso de dívida dos europeus e os superavits da Alemanha e da China.
O documento, vago, não estabelece nem quais são as metas que os países devem cumprir em relação a deficit e taxa de poupança privada, entre outros indicadores, nem tem poder de punição.
Tampouco foi adiante a sugestão de reformulação da "moeda do FMI" -uma cesta atualmente composta por dólar, euro, libra e iene.
Em relação a controles dos fluxos de capital, apesar de ter sido sugerida uma aproximação de posições de ricos e emergentes sobre diretrizes gerais de uso da ferramenta, discordâncias persistem.
Europeus e americanos deixaram clara a preferência por normas que empurram os controles para o fim da lista de ferramentas disponíveis a governos; Brasil e outros países se mantiveram firmes na oposição a regras.
(ANDREA MURTA E ÁLVARO FAGUNDES)


Texto Anterior: Síria: Ditador acena novamente com fim do estado de emergência no país
Próximo Texto: Cuba estuda limitar mandatos políticos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.