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Crise deixou o ápice, mas não acabou, avalia o FMI
Encontro do Fundo, porém, termina
com documento vago, sem fixar metas
Ricos e emergentes não
chegam a consenso;
Brasil volta a descartar
restrição ao controle
dos fluxos de capital
DE WASHINGTON
O encontro semestral do
Fundo Monetário Internacional foi encerrado ontem em
Washington com uma série
de reclamações dos países
reunidos e o diretor-gerente
do Fundo, Dominique
Strauss-Kahn, dizendo que a
crise não está mais no ápice,
mas ainda não acabou.
As principais queixas dos
países foram problemas de
câmbio, fluxo de capital descontrolado e inflação, além
de suas consequências para
o desequilíbrio econômico.
A conclusão é que, mais
uma vez, os problemas da
economia global se acumulam, mas uma solução coordenada entre os países ricos
e os emergentes ainda está
distante. A novidade em relação à reunião anterior do
Fundo foi a alta dos preços.
"Ainda existem vulnerabilidades significativas nos sistemas financeiro e econômico global", afirmou Strauss-Kahn, que ressaltou novos
riscos, como o tsunami no Japão, as revoltas no Oriente
Médio e o aumento do preço
das commodities.
PROPOSTAS VAGAS
Os avanços, porém, continuam bastante modestos.
Comunicado do G20 (maiores economias globais) só estabelece "coordenadas" para
analisar os desequilíbrios,
como o excesso de dívida dos
europeus e os superavits da
Alemanha e da China.
O documento, vago, não
estabelece nem quais são as
metas que os países devem
cumprir em relação a deficit e
taxa de poupança privada,
entre outros indicadores,
nem tem poder de punição.
Tampouco foi adiante a
sugestão de reformulação da
"moeda do FMI" -uma cesta
atualmente composta por
dólar, euro, libra e iene.
Em relação a controles dos
fluxos de capital, apesar de
ter sido sugerida uma aproximação de posições de ricos e
emergentes sobre diretrizes
gerais de uso da ferramenta,
discordâncias persistem.
Europeus e americanos
deixaram clara a preferência
por normas que empurram
os controles para o fim da lista de ferramentas disponíveis a governos; Brasil e outros países se mantiveram firmes na oposição a regras.
(ANDREA MURTA E ÁLVARO FAGUNDES)
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