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ORIENTE MÉDIO
Legislativo palestino pede reforma ministerial; Sharon acha que "mundo livre" deve impor governo aos palestinos
Arafat quer eleição em 6 meses, diz assessor
MARCELO STAROBINAS
DA REDAÇÃO
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser
Arafat, quer realizar eleições para
o Conselho Legislativo Palestino
(CLP) em até seis meses, informou ontem um de seus assessores, Ahmed Abdel Rahman.
Sua decisão foi anunciada após
o CLP ter proposto uma série de
reformas institucionais no governo dos territórios palestinos, além
de reivindicar reformulação ministerial em até 45 dias.
Analistas e políticos palestinos
acreditam que Arafat deseje levar
a população às urnas em breve,
enquanto conta com alta popularidade e antes de eventual ascensão de algum grupo dissidente capaz de ameaçá-lo politicamente.
O anúncio foi feito um dia após
Arafat ter prometido, em discurso
no CLP, convocar eleições e levar
adiante reformas exigidas tantos
por críticos internos quanto por
EUA, União Européia e Israel.
Tanto o novo pleito quanto as
mudanças na estrutura da ANP
teriam entre seus objetivos reduzir os poderes ditatoriais de Arafat -líder eleito em 1996 que tem
como hábito ignorar leis aprovadas pelo Legislativo (o CLP) e
controlar decisões do Judiciário.
Por unanimidade, o CLP aprovou ontem moção que prevê a
realização de eleições para presidente da ANP (o posto de Arafat)
no primeiro trimestre de 2003.
Decidiu também fazer eleições
parlamentares e municipais nos
próximos 12 meses.
Entre as reformas propostas pelos legisladores está a criação de
um cargo de ministro responsável
pelas forças de segurança, que seria proibido de fazer pronunciamentos de teor político.
Os deputados também discutiram a criação de um posto de primeiro-ministro no CLP, que ficaria encarregado da gestão dos assuntos diários da ANP (uma espécie de chefe de governo).
Os parlamentares não chegaram, porém, a elaborar uma posição definitiva sobre o assunto,
alegando dificuldades jurídicas.
Sharon
O premiê de Israel, Ariel Sharon, fez um chamado aos EUA e a
outros países para que indiquem
um governo interino palestino
para promover reformas na ANP.
Segundo o diário israelense
"Yediot Ahronot", Sharon gostaria de ver uma nova administração instalada no poder mesmo se
fosse a contragosto dos palestinos. "O mundo livre deve forçar
esse governo sobre os palestinos",
teria dito o premiê.
Ainda segundo a publicação,
Sharon teria afirmado ao presidente francês, Jacques Chirac, que
"o status dele [de Arafat" deve ser
apenas cerimonial". "Sei que isso
não é fácil. Lancei a idéia, mas não
podemos nos envolver em sua
implementação. Isso precisa ser
feito pelos EUA, Europa e talvez
Arábia Saudita. O governo seria
designado para um mandato de
um ano, como no Afeganistão."
Em encontro com o presidente
dos EUA, George W. Bush, na semana passada, Sharon sugeriu
que Arafat tivesse seu papel diminuído. Washington não aceitou a
proposta, dizendo que Israel deveria seguir lidando com Arafat.
Na ausência de líderes capazes
de substituir Arafat, EUA e União
Européia tentam recuperar a imagem do presidente da ANP. Para
tanto, porém, vêm pressionando
Arafat a realizar reformas institucionais que limitariam seu poder.
O Exército de Israel prendeu
ontem na Cisjordânia militantes
que planejavam duplo ataque suicida durante o feriado judaico de
Shavuot, em Jerusalém. Uma unidade elite prendeu dois integrantes do Jihad Islâmico em Ramallah -um cinturão de explosivos
foi encontrado com eles, segundo
a rádio Israel. Em Beitunia, dois
membros do Hamas que teriam
como alvo um salão de festas foram encontrados -um foi preso,
o outro morreu ao tentar escapar.
Cerca de 15 tanques entraram em
Tulkarem na noite de ontem.
Com agências internacionais
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