São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 2011 |
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Europa se movimenta para manter FMI Premiê alemã, Angela Merkel, diz que crise do euro é argumento para continente continuar na direção do órgão Desde sábado, o diretor, Dominique Strauss-Kahn, está preso em NY, por abuso sexual; ele deverá deixar o cargo VAGUINALDO MARINHEIRO DE LONDRES ÁLVARO FAGUNDES DE NOVA YORK A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, já mandou o recado: a prisão do francês Dominique Strauss-Kahn não significa o fim do monopólio europeu na direção-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional). "Sabemos que os países em desenvolvimento têm uma reivindicação de assumir as presidências do FMI e do Banco Mundial, mas no atual momento [de crise na zona do euro], há boas razões para a Europa ter bons candidatos à disposição", afirmou. Apesar da movimentação, o comitê executivo do FMI se reuniu ontem e disse que vai "acompanhar o desenvolvimento do caso". Eles não especularam sobre o futuro de Strauss-Kahn no cargo. Todos os dez presidentes do FMI, desde sua criação, em 1946, foram europeus. Isso faz parte de uma espécie de divisão do mundo após a Segunda Guerra. A Europa ficou com o FMI, os EUA, com o Banco Mundial. "Seria preferível que nós [europeus] continuássemos com esse posto no futuro", disse Didier Reynders, ministro das Finanças da Bélgica. Por meio de uma porta-voz, a Comissão Europeia disse que o continente irá ter um candidato para o cargo. A divisão entre Europa e EUA tem sido contestada por países como China, Brasil e Índia, que afirmam que ela não faz mais sentido. Foi-se o tempo em que esses países eram apenas receptores de empréstimos do fundo. Hoje, são contribuintes, e é a Europa (Grécia, Irlanda e agora Portugal) que necessita do dinheiro. Já foram levantados os nomes de Christine Lagarde, ministra das Finanças da França, que, se eleita, seria a primeira mulher no cargo, e de Gordon Brown, ex-primeiro-ministro britânico. PREOCUPAÇÃO De fora do continente europeu, aparecem candidatos de Índia, Egito, África do Sul, Israel e México. Para analistas, a principal preocupação é como ficam as negociações sobre a crise na Europa. Bessma Momani, professora da Universidade Waterloo (Canadá) especialista em assuntos do Fundo, diz que o francês teve um envolvimento pessoal nas discussões sobre a crise fiscal e que a saída dele pode ser prejudicial para alguns países. "A instituição vai continuar e, em algum momento, vai entrar um novo diretor-gerente que recuperará a credibilidade da organização." Já Morris Goldstein, que trabalhou no Fundo de 1987 a 1994 e hoje é analista do Peterson Institute, diz que, se o francês for considerado culpado, isso afetará a credibilidade do organismo, mas que ainda é cedo para avaliar. Próximo Texto: Justiça nega fiança e diretor continua preso Índice | Comunicar Erros |
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