São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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EUA

Encaminhamentos de casos de terrorismo internacional cresceram seis vezes

FBI investiga mais casos de terror

DA REDAÇÃO

O FBI (polícia federal dos EUA) está investigando seis vezes mais casos de terrorismo internacional do que no período anterior aos atentados de 11 de setembro. Porém mais da metade desses casos acaba não sendo processada, segundo dados do Departamento de Justiça dos EUA.
No ano anterior aos ataques contra o World Trade Center e o Pentágono, os agentes do FBI encaminhavam cerca de dez casos de terrorismo internacional por mês para serem processados por promotores dos EUA, segundo dados da Universidade de Syracuse. Nos primeiros seis meses após os atentados, o número subiu para 59 casos a cada mês.
A metade deles, no entanto, acaba não sendo aceita pelos promotores, que alegam "falta" ou até mesmo "ausência total" de provas de crime federal.
O presidente do Comitê de Justiça do Senado, Patrick Leahy (do Partido Democrata), e o senador republicano Charles Grassley disseram que estão preocupados tanto com o alto número de recusas em processar casos de terrorismo como também com as razões utilizadas pelos promotores para não levar adiante esses casos.
Os parlamentares perguntaram em uma carta enviada na sexta-feira ao secretário da Justiça dos EUA, John Ashcroft, e ao diretor do FBI, Robert Mueller, os motivos de tantos casos não estarem sendo processados.
Autoridades do FBI afirmaram que, nos casos antiterror, os esforços para prevenir atentados nem sempre resultam em processos. Bill Carter, porta-voz do FBI, afirmou que as investigações dos atentados de 11 de setembro provocaram um aumento no número de casos de terrorismo internacional que estão sendo investigados pelos agentes federais e disse que nem tudo que é encaminhado aos promotores é aceito.
Por outro lado, as investigações dos ataques causaram queda de 23% no total de crimes investigados pelo FBI durante os três primeiros meses após os atentados. No final de março, esse número já havia retornado aos patamares anteriores a 11 de setembro.

Melhora nas relações
As relações inter-raciais melhoraram em Nova York depois dos ataques de 11 de setembro, e as minorias passaram a valorizar mais o trabalho dos policiais, de acordo com uma pesquisa do "New York Times".
O levantamento indicou que, para 53% dos negros, as relações inter-raciais são boas, número bem superior aos 16% de dois anos atrás, quando uma pesquisa similar foi realizada.
Entre os brancos, a parcela que considera boa a relação entre as raças é de 69%, contra 35% em 2000. A porcentagem é de 56% entre os hispânicos, bem mais elevada que os 16% de dois anos atrás. Para a população como um todo, o crescimento foi de 25%, em 2000, para 63% atualmente.
"A mudança nas atitudes foi perceptível nos primeiros dias e nas semanas posteriores ao 11 de setembro. Na época, porém, imaginava-se que isso fosse o resultado de uma cidade ferida. Nove meses depois, as mudanças aparentam ser mais profundas", escreveu o "New York Times".
Para 50% dos negros e 52% dos hispânicos, a polícia de Nova York realiza um trabalho bom, apesar de a maioria considerá-la mais favorável aos brancos. Em 2000, apenas 12% dos negros e 26% dos hispânicos elogiavam o trabalho da polícia da cidade.


Com agências internacionais


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