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PAZ SOB ATAQUE
Grupo terrorista condiciona cessar-fogo a fim de ações israelenses contra seus líderes; Sharon descarta concessões
Hamas rejeita trégua; Israel promete agir
DA REDAÇÃO
O grupo terrorista Hamas rejeitou a proposta de cessar-fogo nos
ataques contra israelenses feita
por enviados egípcios. Segundo
suas lideranças, uma trégua somente será aceita se houver garantia internacional de que Israel não realizará mais ataques contra
os líderes do grupo.
Porém o premiê de Israel, Ariel
Sharon, disse ontem que continuará com as ações contra os terroristas e descartou qualquer concessão sobre segurança.
"Não podemos ter um acordo
de paz enquanto o terror continuar desenfreado. Iremos atrás
dos terroristas em qualquer lugar
e em qualquer situação", disse o
premiê. O chanceler israelense,
Silvan Shalom, afirmou que o fim
das ações contra os grupos terroristas "serviria apenas para essas
organizações se reagruparem".
A decisão do Hamas e a resposta
de Israel são mais um obstáculo
para a retomada do processo de
paz israelo-palestino, relançado
no início do mês com o apoio de
ambas as partes a novo plano de
paz, apoiado por EUA, União Européia, ONU e Rússia. O plano
prevê o desmantelamento dos
grupos terroristas, a retirada israelense de centros palestinos e
um Estado palestino em 2005.
"O cessar-fogo significa uma
rendição para as forças de ocupação [israelenses]. O momento não
é para trégua. Temos de nos unir
contra Israel ", afirmou Ismail
Abu Shanab, líder do Hamas que
dialogou com os egípcios.
Apesar do fracasso, o premiê
palestino, Abu Mazen, viajou ontem para Gaza, onde tentaria convencer os grupos terroristas a aceitarem o cessar-fogo. E o Egito
acertou nova rodada de negociações para o Cairo.
Os EUA pressionam países árabes a ajudarem o combalido Mazen a conter os terroristas. E, segundo fontes ouvidas pela Associated Press, os americanos estariam pressionando Israel a aceitar
o fim dos ataques seletivos contra
líderes do Hamas.
Para Israel, um cessar-fogo incondicional do Hamas seria bem-vindo, mas insuficiente. Os israelenses dizem que a ANP (Autoridade Nacional Palestina) precisa seguir o plano de paz e desmantelar os grupos terroristas, prendendo seus militantes e confiscando suas armas.
Após a cúpula de paz na Jordânia, dia 4, onde estiveram presentes o presidente dos EUA, George W. Bush, Sharon e Mazen, seguiu-se uma semana de violência, com
mais de 50 mortos nos dois lados.
Transferência
Autoridades palestinas e israelenses negociam a transferência
do controle da segurança em partes da faixa de Gaza para a ANP.
Os palestinos tentam conseguir
também acordo semelhante em
Belém (Cisjordânia). A medida
seria um teste para a capacidade
da ANP de combater o terror.
O enviado dos EUA para o Oriente Médio, John Wolf, se reuniu ontem com Sharon, em Jerusalém. Ele está na região para monitorar os progressos na implementação do plano de paz.
O Reino Unido e a França divergiram ontem sobre a colocação
ou não da ala política do Hamas
na lista de grupos terroristas da
entidade. O chanceler britânico,
Jack Straw, afirmou que há uma
série de evidências de participação de lideranças políticas do Hamas em ações terroristas.
Já o chanceler francês, Dominique de Villepin, afirmou que essa
ala ainda é uma peça necessária
no processo de paz. A ala militar
do grupo já faz parte da lista.
Com agências internacionais
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