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Líder rebelde se desarma e aponta solução no Timor
Reinado e seus aliados se colocam sob proteção das forças de paz australianas
Integrantes da cisão dentro
do Exército exigem a saída
do premiê Alkatiri, acusado
de inábil por se recusar a
negociar com os militares
DA REDAÇÃO
O líder das tropas rebeldes de
Timor Leste e um grupo de 30
militares a ele subordinados
entregaram ontem suas armas
ao comandante australiano da
força de paz, em gesto simbólico que pode significar o início
de solução para a grave crise de
três meses naquela ex-colônia
portuguesa da Ásia.
O gesto do major Alfredo Reinado foi estimulado pela ordem
dada na quinta-feira pelo presidente Xanana Gusmão para
que os rebeldes se desarmassem e iniciassem negociações.
Segundo o jornal australiano
"The Age", o próprio Gusmão
telefonou anteontem a Reinado e afirmou que ele continuava a fazer parte do Exército -o
que, em tese, anularia o decreto
de expulsão assinado do primeiro-ministro Mari Alkatiri.
Também participou da operação de apaziguamento o ministro das Relações Exteriores,
José Ramos Horta, que, sob a
escolta de soldados australianos, esteve na quinta com rebeldes acantonados em Gleno,
cidade localizada nas montanhas próximas da capital, Dili.
O desarmamento se deu em
outra cidade, Maubisse. O comandante australiano, general
Mick Slater, recebeu 12 rifles
M-16, quatro pistolas e quantidade não revelada de munição.
Desarmados, os rebeldes se
colocaram sob a proteção dos
australianos, que são o maior
contingente nas forças de paz.
Elas têm 2.250 homens e são
integradas ainda pela Malásia,
Nova Zelândia e Cingapura.
Reinado e Slater disseram
não se tratar de uma "rendição", na medida em que não
existe uma guerra civil. Mas o
líder rebelado afirmou que a
crise não se resolverá, caso o
premiê Alkatiri não seja afastado de seu cargo.
A solução seria conveniente
para o presidente Xanana Gusmão, que não tem simpatias políticas por seu premiê. Mas exonerá-lo abriria uma nova crise,
já que Alkatiri é o líder do maior
partido político do país.
Alkatiri foi bastante criticado
por sua inabilidade ao não negociar com os rebeldes quando,
ainda na capital, os 591 homens
cercaram o palácio do governo
para protestar contra a discriminação que diziam vitimá-los
no processo de promoção do
pequeno Exército de 1.400 militares.
O protesto surgiu entre originários da região oeste do país,
suspeitos de simpatias pela Indonésia, que dominou Timor
Leste por 24 anos depois da retirada portuguesa, em 1975.
Com a divisão do Exército e o
colapso da polícia, grupos de
criminosos passaram a saquear
e a incendiar. Ao todo 30 pessoas morreram, só em Dili.
O comandante australiano
disse ontem que todos os rebeldes estão agora protegidos pelas forças estrangeiras.
Com agências internacionais
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