São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2011

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Europa tenta evitar o colapso da Grécia

União Europeia e FMI devem liberar € 12 bilhões para o país e acenam com novo empréstimo de € 120 bilhões

Primeiro-ministro tenta se manter no cargo e pede apoio da base governista a novas medidas de austeridade

Orestis Panagiotou/Efe
Manifestantes "indignados" protestam contra medidas de austeridade do governo, na praça Constituição, em Atenas

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

A União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo grego tentaram ontem ganhar tempo para encontrar uma saída e evitar o que muitos acreditam ser inevitável: um tipo de calote na dívida do país.
A UE e o FMI anunciaram que irão liberar a nova parcela de € 12 bilhões (R$ 27 bilhões) que a Grécia tem a receber do empréstimo de € 110 bilhões (R$ 249 bilhões) acertado em maio de 2010.

NOVO EMPRÉSTIMO
Também afirmaram que um novo empréstimo, que pode passar de € 120 bilhões (R$ 270 bilhões), deverá ser aprovado no início do próximo mês. Isso afastaria o risco de calote pelo menos até o mês de setembro.
Já o primeiro-ministro grego, George Papandreou, apelou aos parlamentares de seu partido que não renunciem e apoiem as medidas de austeridade que foram acertados para que o país recebesse os empréstimos.
Ontem, mais dois parlamentares do Partido Socialista, de Papandreou, renunciaram. O partido tem uma pequena maioria no Parlamento (155 das 300 cadeiras).
O primeiro-ministro, que muitos acreditam estar com os dias contados no cargo, afirmou que não irá renunciar. "Vocês podem confiar em mim, e eu irei apoiar o esforço nacional para tirar a Grécia da crise", afirmou.
A situação grega se agrava a cada dia.
O empréstimo obtido há 13 meses não foi suficiente para acalmar os mercados, que exigem juros cada vez mais altos para rolar a dívida do país, que só aumenta.
O governo já adotou uma série de medidas para cortar os gastos, mas o resultado tem sido aumento do desemprego (que passa dos 15%) e desaceleração da economia.
A insatisfação popular também cresce, junto com o número de protestos e greves gerais, como a realizada anteontem.
O governo agora precisa aprovar no Parlamento um novo pacote, que inclui mais impostos, cortes de funcionários e privatizações.
Mas há insatisfação mesmo no partido governista.
Primeiro Papandreou tentou atrair a oposição para seu governo. Falhou. Depois, anunciou reformas no gabinete, que ainda devem ser concretizadas.
Nas ruas, manifestantes proclamam aos gritos que já é hora de dar um calote na dívida e romper com o euro, a moeda comum de 17 países da União Europeia.
O temor de que isso aconteça atinge as economias de outros países do continente.
A Espanha, por exemplo, pagou os juros mais altos em 11 anos para vender títulos de dez anos no mercado (5,75%, quando a Alemanha, referência no continente, paga 2,92%).
No caso da Grécia, os juros exigidos passam de 17%.


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