São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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Saiba o papel do ELK na crise

da Redação

O Exército de Libertação de Kosovo (ELK) começou a promover ações contra alvos sérvios na Província em 1995. Seus militantes lutam pela independência de Kosovo em relação à Iugoslávia.
O grupo, que afirma contar hoje com cerca de 30 mil homens, é composto por militantes de etnia albanesa. Cerca de 90% da população kosovar antes da guerra era de origem albanesa.
O governo de Slobodan Milosevic, acusado pelo Ocidente de praticar "limpeza étnica" contra civis kosovares albaneses, diz que suas tropas combatiam os "terroristas" do ELK na região, visando manter a integridade territorial do país.
Foi a escalada deste conflito e a recusa de Milosevic em aceitar um plano de paz para a região que levou a Otan -que diz defender a população local- a iniciar a ofensiva contra a Iugoslávia.
Após 78 dias de bombardeios, os líderes ocidentais e Milosevic chegaram a acordo para o final do conflito.
Ele serviu de base para uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, que previa a retirada das tropas sérvias (a Sérvia, junto com Montenegro, compõe a Iugoslávia), a entrada de forças de manutenção de paz e, entre outros pontos, a desmilitarização do ELK.
Mas, à medida que os militares sérvios desocupam Kosovo, os homens do ELK, armados de fuzis AK-47, retomam cidades e posições estratégicas. Querem formar as forças policiais nas cidades e anunciaram até um governo provisório formado pela sua ala política.
Os soldados da Otan afirmam não ter ordens para desarmar os guerrilheiros -exceto quando eles atrapalhem sua missão ou participem de atos de vingança contra a população sérvia.
O Departamento de Estado dos EUA diz que o ELK não será obrigado a entregar todas as armas, apenas armamentos pesados que o caracterize como grupo militar.
A Iugoslávia e a Rússia criticam a Otan por permitir a livre ação dos "terroristas" e exigem que seja levado adiante um completo desarmamento do grupo.


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