São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

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Prefeito de Foz do Iguaçu promete reação regional contra "discriminação"

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU

O prefeito de Foz do Iguaçu (Paraná), Paulo Macdonald Ghisi (PDT), disse não "aceitar mais essa discriminação" contra a Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai) e promete mobilizar as lideranças de Foz, Puerto Iguazú (Argentina) e Ciudad del Este (Paraguai) para uma "reação regional" contra a posição americana.
"Se a argumentação é de que alguns enviam dinheiro para o Hizbollah, essa acusação é uma falácia. Os árabes de Los Angeles e Nova York enviam muito mais dinheiro para o Líbano. Eu convido essa mulher [a deputada republicana] a visitar a região, como o ex-presidente Bill Clinton já fez. Ela deve ser muito desinformada sobre a nossa realidade", afirmou.
Macdonald disse que vai enviar solicitação ao governo federal para que faça uma investigação séria na região. "Assim como vamos pedir aos governos argentino e paraguaio para que façam o mesmo. É hora de acabar de uma vez com acusações infundadas", afirmou.
Segundo Macdonald, a região da Tríplice Fronteira nem é a maior concentração de árabes da América do Sul e tem uma comunidade perfeitamente integrada à vida nacional. Moram na região pouco mais de 12 mil árabes e descendentes, "para uma comunidade de mais de 9 milhões só no Brasil", afirmou.
O presidente do Centro Cultural Beneficente Islâmico de Foz do Iguaçu, Zaki Mohamed Moussa, vê outros interesses na moção da Câmara de Representantes dos EUA.
"Eles querem a região, não os árabes. Todo mundo sabe da importância estratégica da Tríplice Fronteira. Inclusive pela concentração de água doce." Para Moussa, os árabes são apenas desculpa para a geopolítica americana para a América do Sul.
Presidente da maior entidade árabe na região da fronteira, Moussa disse que a crise econômica da região fez com que o clube cultural árabe fosse fechado. "Se não conseguimos manter uma serviço de assistência aos patrícios que precisam, como iríamos enviar dinheiro para o Líbano?".
Segundo ele, o governo brasileiro precisa dar uma resposta "na medida certa" ao que chamou de "novela de calúnias" contra a comunidade árabe na região.


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