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Prefeito de Foz do Iguaçu promete reação regional contra "discriminação"
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
O prefeito de Foz do Iguaçu
(Paraná), Paulo Macdonald
Ghisi (PDT), disse não "aceitar
mais essa discriminação" contra a Tríplice Fronteira (Brasil,
Argentina e Paraguai) e promete mobilizar as lideranças de
Foz, Puerto Iguazú (Argentina)
e Ciudad del Este (Paraguai)
para uma "reação regional"
contra a posição americana.
"Se a argumentação é de que
alguns enviam dinheiro para o
Hizbollah, essa acusação é uma
falácia. Os árabes de Los Angeles e Nova York enviam muito
mais dinheiro para o Líbano.
Eu convido essa mulher [a deputada republicana] a visitar a
região, como o ex-presidente
Bill Clinton já fez. Ela deve ser
muito desinformada sobre a
nossa realidade", afirmou.
Macdonald disse que vai enviar solicitação ao governo federal para que faça uma investigação séria na região. "Assim
como vamos pedir aos governos argentino e paraguaio para
que façam o mesmo. É hora de
acabar de uma vez com acusações infundadas", afirmou.
Segundo Macdonald, a região
da Tríplice Fronteira nem é a
maior concentração de árabes
da América do Sul e tem uma
comunidade perfeitamente integrada à vida nacional. Moram
na região pouco mais de 12 mil
árabes e descendentes, "para
uma comunidade de mais de 9
milhões só no Brasil", afirmou.
O presidente do Centro Cultural Beneficente Islâmico de
Foz do Iguaçu, Zaki Mohamed
Moussa, vê outros interesses
na moção da Câmara de Representantes dos EUA.
"Eles querem a região, não os
árabes. Todo mundo sabe da
importância estratégica da Tríplice Fronteira. Inclusive pela
concentração de água doce."
Para Moussa, os árabes são
apenas desculpa para a geopolítica americana para a América
do Sul.
Presidente da maior entidade árabe na região da fronteira,
Moussa disse que a crise econômica da região fez com que o
clube cultural árabe fosse fechado. "Se não conseguimos
manter uma serviço de assistência aos patrícios que precisam, como iríamos enviar dinheiro para o Líbano?".
Segundo ele, o governo brasileiro precisa dar uma resposta
"na medida certa" ao que chamou de "novela de calúnias"
contra a comunidade árabe na
região.
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