DE NOVA YORK

Antes que começasse, ontem, o primeiro julgamento relativo ao caso de abusos sexuais cometidos por padres e religiosos católicos no Estado da Califórnia entre as décadas de 40 e 90, a Justiça americana aceitou o acordo feito entre os advogados de 508 vítimas e a Arquidiocese de Los Angeles.
Para que os processos sejam encerrados, a arquidiocese vai pagar US$ 660 milhões (R$ 1,227 bilhão), ou cerca de US$ 1,3 milhão a cada uma das vítimas -trata-se do maior valor desembolsado por uma única diocese desde que, em 2002, estourou o escândalo de pedofilia envolvendo diversas comunidades católicas nos EUA.
Chorando e mostrando fotos de quando eram crianças, algumas até com os padres que as teriam molestado, vítimas desabafaram aos jornalistas na porta do tribunal. "Minha vida é uma bagunça. Com terapia, acho que estou melhorando um pouco", disse Tony Almeida.
O cardeal Roger Mahony, que se tornou arcebispo de Los Angeles em 1985, foi acusado de acobertar as suspeitas contra os padres. No domingo, quando o acerto foi anunciado, ele afirmou que não sabia que o tratamento psicológico ao qual encaminhava os religiosos não era eficaz. (DENYSE GODOY)


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