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Com US$ 190 mi, Bush reforça apoio ao governo Abbas
Presidente dos EUA alimenta visão do palestino moderado como única opção de solução para conflito com israelenses
Premiê de Israel promete ao líder do Fatah soltar 250 presos palestinos; apoio negado sob Hamas volta aos poucos com sua destituição
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou ontem
que enviará mais de US$ 190
milhões neste ano em ajuda aos
palestinos, principalmente ao
governo de Mahmoud Abbas, o
presidente da Autoridade Nacional Palestina. Bush afirmou
ainda que convocará uma reunião entre a ANP, Israel e "os
vizinhos árabes" para discutir o
apoio internacional a Abbas. O
americano não mencionou, porém, o local do encontro, que
deve acontecer no início do segundo semestre e ser mediado
por sua secretária de Estado,
Condoleezza Rice.
Apesar da quantia ser baixa,
os gestos são mais um passo da
política que os EUA e Israel
adotaram na tentativa de fortalecer o partido de Abbas, o laico
Fatah, e isolar o islâmico radical Hamas.
A oportunidade de adoção
dessa estratégia surgiu no mês
passado, quando, após o fracasso de um incipiente governo
palestino de coalizão entre o
Fatah e o Hamas, o grupo islâmico expulsou militarmente os
membros do Fatah que estavam na faixa de Gaza, passando
a assumir o controle da região.
Em resposta, o Fatah tocou para fora da Cisjordânia o pessoal
do Hamas. Mais, Abbas destituiu o premiê Ismail Haniyeh,
do Hamas, e montou outro governo, que o Ocidente vê como
a ponta-de-lança para enfraquecer o grupo radical e tentar
uma solução para o conflito israelo-palestino.
Segundo Bush, os palestinos
têm de escolher entre o progresso e a liberdade, sob Abbas,
ou "caos e sofrimento" sob o
Hamas. Do dinheiro prometido
por Bush, Gaza receberá indiretamente US$ 80 milhões.
Em mais um sinal de que casa
esforços com os EUA, Israel
anunciou ontem, por meio do
premiê Ehud Olmert -que se
encontrou em Jerusalém com
Mahmoud Abbas-, que agilizará a soltura de 250 palestinos
detidos em prisões israelenses.
Anteontem Olmert já havia
cancelado ordens de prisão para 180 palestinos ligados ao Fatah -que, em troca, prometeram abandonar armas.
"Vendido"
A estratégia, na qual Abbas
embarcou, visa claramente
mostrar ao povo palestino que
a única esperança de paz futura
reside no caminho que o moderado Fatah está seguindo: negociar com o Ocidente e Israel,
abandonando a violência. No
entanto o Hamas, que não aceita o Estado de Israel -o que
rendeu ao seu governo, eleito
em janeiro do ano passado, forte boicote israelense e de países
do Ocidente-, tem do seu lado
os que crêem que Abbas está se
"vendendo" para os inimigos
do povo palestino.
Os esforços para alavancar
Abbas prosseguem: o Quarteto,
grupo formado por EUA, União
Européia, Rússia e Reino Unido e que tem a missão de mediar um acordo de paz entre israelenses e palestinos, reúne-se depois de amanhã em Portugal, com a presença de seu recém-apontado enviado para a
região, o ex-premiê Tony Blair.
Com agências internacionais e o "New York Times"
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