DA REDAÇÃO

Há 66 diplomatas russos credenciados no Reino Unido. A expulsão de apenas quatro corresponde, em termos políticos e também matemáticos, a uma reação relativamente moderada de Londres.
O Kremlin deve reagir. Se decidir por algumas poucas expulsões, a partida terminará empatada, e os dois governos poderiam a curto prazo normalizar sua agenda bilateral.
A decisão ontem anunciada também demonstrou que o novo primeiro-ministro, Gordon Brown, será agressivo em questões de política externa.
Mas o governo de Vladimir Putin tem a reputação de gostar do jogo duro. Pode fechar instalações na Rússia do Conselho Britânico. Pode ainda optar pela expulsão de um número elevado de diplomatas e atingir o escalão mais prestigioso da embaixada britânica em Moscou.
Em tese, também poderia ampliar o litígio no plano multilateral, endurecendo no Conselho de Segurança com relação ao Irã (novas sanções) ou a Kosovo (veto à independência da Província sérvia), hipótese que o "Daily Telegraph" não acredita ser tão provável assim.
O "Times" afirma que nesse conflito o Reino Unido "tem tudo a perder" por estar lidando com um país com um número maior de cartas na manga. Putin não engoliu o asilo dado pelos britânicos ao magnata Boris Berezovsky, seu desafeto pessoal, nem a Akhmad Zakayev, representante dos rebeldes da Tchetchênia.


Texto Anterior: Londres expulsa quatro diplomatas russos
Índice