São Paulo, sexta-feira, 17 de julho de 2009

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Chávez culpa diplomacia americana pelo golpe

Venezuelano diz, porém, que Obama não sabia da ação do Departamento de Estado

Durante comemoração dos 200 anos da independência da Bolívia, presidente Evo Morales também fez duras críticas a Washington

DA REDAÇÃO

A festa de bicentenário do levante de La Paz contra a coroa espanhola, marco da campanha de independência da América hispânica, transformou-se ontem num palco para o ataque, com nuances, do imperialismo americano, e para clamar pela volta de Manuel Zelaya ao poder em Honduras.
O anfitrião, o presidente boliviano Evo Morales, pediu que a data seja usada como impulso na luta contra a dominação dos EUA na região e voltou a responsabilizar do Comando Sul da Forças Armadas dos EUA, responsável pela região, pelo golpe hondurenho.
Já o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, preferiu ser seletivo na crítica, afirmando que a deposição de Zelaya foi orquestrada pelo Departamento de Estado americano, chefiado por Hillary Clinton, à revelia do presidente Barack Obama.
Clinton tem sido acusada, especialmente por esquerdistas, inclusive nos EUA, de usar um tom mais brando que Obama para condenar o golpe, o que daria fôlego ao governo interino de Roberto Micheletti. Associação empresarial hondurenha contratou ex-assessores do Clinton para assessorar os golpistas e fazer lobby pró-Micheletti em Washington.
Obama "está entre a espada e a parede", pois "não o informaram" sobre o que ia acontecer em Honduras, disse ele.
Além de Chávez, estiveram em La Paz para as comemorações o presidente do Equador, Rafael Correa, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, além da chanceler do governo deposto de Honduras, Patricia Rodas.
Representando o Brasil estava o chanceler Celso Amorim, que não fez declarações sobre o tema recolhidas pelas agências de notícias.
Chávez previu um cenário de "guerra civil" em Honduras caso não haja solução para a crise. Rodas afirmou ontem que "medidas mais agudas" poderiam ser tomadas se o "séquito golpista" não entregar o poder a Zelaya até sábado. A chanceler disse ainda que "o presidente está a caminho de Honduras" e vai retomar o poder "à medida que os criminosos contra a democracia retrocederem".
Correa repetiu que os governos não reconhecerão eleições feitas sob o governo golpista.


Com agências internacionais


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