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Chávez culpa diplomacia americana pelo golpe
Venezuelano diz, porém, que Obama não sabia da ação do Departamento de Estado
Durante comemoração dos 200 anos da independência da Bolívia, presidente Evo Morales também fez duras críticas a Washington
DA REDAÇÃO
A festa de bicentenário do levante de La Paz contra a coroa
espanhola, marco da campanha
de independência da América
hispânica, transformou-se ontem num palco para o ataque,
com nuances, do imperialismo
americano, e para clamar pela
volta de Manuel Zelaya ao poder em Honduras.
O anfitrião, o presidente boliviano Evo Morales, pediu que a
data seja usada como impulso
na luta contra a dominação dos
EUA na região e voltou a responsabilizar do Comando Sul
da Forças Armadas dos EUA,
responsável pela região, pelo
golpe hondurenho.
Já o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, preferiu ser
seletivo na crítica, afirmando
que a deposição de Zelaya foi
orquestrada pelo Departamento de Estado americano, chefiado por Hillary Clinton, à revelia
do presidente Barack Obama.
Clinton tem sido acusada, especialmente por esquerdistas,
inclusive nos EUA, de usar um
tom mais brando que Obama
para condenar o golpe, o que
daria fôlego ao governo interino de Roberto Micheletti. Associação empresarial hondurenha contratou ex-assessores do
Clinton para assessorar os golpistas e fazer lobby pró-Micheletti em Washington.
Obama "está entre a espada e
a parede", pois "não o informaram" sobre o que ia acontecer
em Honduras, disse ele.
Além de Chávez, estiveram
em La Paz para as comemorações o presidente do Equador,
Rafael Correa, o presidente do
Paraguai, Fernando Lugo, além
da chanceler do governo deposto de Honduras, Patricia Rodas.
Representando o Brasil estava o chanceler Celso Amorim,
que não fez declarações sobre o
tema recolhidas pelas agências
de notícias.
Chávez previu um cenário de
"guerra civil" em Honduras caso não haja solução para a crise.
Rodas afirmou ontem que "medidas mais agudas" poderiam
ser tomadas se o "séquito golpista" não entregar o poder a
Zelaya até sábado. A chanceler
disse ainda que "o presidente
está a caminho de Honduras" e
vai retomar o poder "à medida
que os criminosos contra a democracia retrocederem".
Correa repetiu que os governos não reconhecerão eleições
feitas sob o governo golpista.
Com agências internacionais
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