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Zimbábue poderá vender novos diamantes
Comércio de pedras de campo descoberto em 2006 estava sob análise havia um ano
DE JOHANNESBURGO
O Zimbábue conseguiu anteontem a autorização para
vender diamantes de um novo e gigantesco campo descoberto no leste do país, apesar dos protestos de organizações de direitos humanos.
A liberação foi dada nesta
semana pelo órgão internacional que lida com o comércio destas pedras, chamado
Processo de Kimberley.
O impasse sobre os diamantes do campo de Marange se arrastava havia um ano.
Brasil, países africanos e
outros emergentes eram favoráveis à autorização, mas
EUA, União Europeia, Canadá, Austrália e ONGs faziam
oposição, relatando contrabando e repressão no local.
Descoberto em 2006, o
campo está sob comando direto do Exército zimbabuano, leal ao ditador Robert
Mugabe. Há relatos de centenas de mortes.
Os diamantes são vistos
como possível tábua de salvação para Mugabe. Presidente há 30 anos, ele se viu
enfraquecido recentemente,
após grave crise econômica.
O acordo foi um meio-termo, autorizando a venda inicial de dois lotes de diamantes. Outros dependerão de futuras ações do governo.
"Os últimos meses foram
difíceis, mas demonstraram
claramente que o Processo
de Kimberley tem força", disse o presidente Boaz Hirsch.
ONGs receberam a notícia
com reservas. "A bola agora
está com o Zimbábue para
cumprir suas promessas e
agir para encerrar um dos casos mais sérios de violência
relacionada a diamantes em
muitos anos", afirmou Annie
Dunnebacke, da Global Witness.
(FÁBIO ZANINI)
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