São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2007

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Terremoto no Peru mata ao menos 510

Abalo de 8 graus na escala Richter, o de piores conseqüências desde 1970, afetou região sul do país, deixando 1.500 feridos

Rodovia destruída dificulta chegada de auxílio; cidades mais atingidas estão sem água e energia e não conseguem atender feridos

RAUL JUSTE LORES
ENVIADO ESPECIAL A LIMA

O corpo de bombeiros do Peru elevou na madrugada de hoje para 510 o número de mortos em conseqüência de um forte tremor de terra na noite de anteontem no país, segundo a Associated Press. Outras 1.500 pessoas ficaram feridas. O abalo, de 8 graus na escala Richter, segundo calculou o Instituto de Geofísica dos EUA, foi seguido de vários tremores secundários -mais de 300, segundo autoridades peruanas-, alguns passando de 6 graus.
Até a noite de ontem, o número oficial de mortos era de 450. O tremor da quarta-feira, que teve o epicentro na costa peruana, no oceano Pacífico, foi o que maior número de vítimas fez no Peru desde 1970, quando um terremoto de 7,9 graus na escala Richter deixou mais de 60 mil mortos. Mais recentemente, em junho de 2001, um tremor de 8,1 graus matou mais de cem pessoas no país.
O governo peruano decretou luto nacional. A região do Peru mais afetada pelo abalo foi o departamento de Ica, ao sul da capital, Lima. De acordo com o diário peruano "El Comercio", a cidade em que houve mais destruição foi a de Pisco, onde 80% das edificações ruíram. Em Chincha, 60% dos prédios e casas vieram abaixo, e na cidade de Ica, 40% das construções foram destruídas. As três cidades estão em estado de emergência.
Uma medida da tragédia foi dada pelo prefeito de Pisco, Juan Mendoza, que afirmou que "os mortos estão estendidos às dezenas nas ruas. Não temos luz, água nem comunicações -tudo está destruído". O prefeito da cidade de cerca de 115 mil habitantes contou ainda que mais de 200 pessoas foram soterradas em uma igreja. E houve saques nas lojas de Pisco.
O colapso no abastecimento de água e energia, além de problemas nas telecomunicações, atingiu também outras cidades da região. A rodovia Panamericana Sur, que liga a capital ao sul do país pela costa, ficou destruída.

"Não parava"
Em Lima, cidade distante cerca de 150 km do epicentro do tremor, apenas uma pessoa morreu, vítima de ataque cardíaco causado pelo pânico. Mas, apesar de os danos materiais também terem sido poucos na capital peruana, a população correu às ruas, assustada, por volta das 18h40 locais (20h40 em Brasília), quando teve início o abalo sísmico, de quase dois minutos.


Com agências internacionais e o "New York Times"


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