DA ASSOCIATED PRESS

Numa vitória para o governo de George W. Bush, foi condenado ontem pela Justiça federal dos EUA, por apoio ao terrorismo, José Padilla. Cidadão americano convertido ao islamismo, Padilla foi detido pela primeira vez em 2002, no aeroporto de Chicago, quando voltava de uma viagem ao Paquistão. Ele foi então mantido sob custódia militar, um dos primeiros detentos a ser classificado como "combatente inimigo". As acusações contra ele então eram outras. O governo Bush o descreveu como terrorista engajado que participara de uma conspiração da Al Qaeda para detonar uma "bomba suja" radioativa nos EUA. O governo qualificou sua detenção como vitória importante na guerra contra o terrorismo, pouco após os ataques do 11 de Setembro. Padilla ficou detido em instalações militares na Carolina do Sul por mais de três anos, período no qual foi interrogado acerca de uma conspiração, sem a presença de um advogado e sem que lhe fosse enunciado de antemão seu direito constitucional de manter silêncio se o que dissesse o incriminasse. Seus advogados brigaram durante anos para levar seu caso a uma corte federal e, no final de 2005, ele acabou tendo seu nome acrescentado ao indiciamento por apoio ao terrorismo em Miami, justamente quando a Suprema Corte se preparava para analisar a autoridade do presidente Bush para continuar a mantê-lo detido. Padilla viveu no sul da Flórida nos anos 1990 e supostamente teria sido recrutado numa mesquita para tornar-se um combatente mujahedin. José Padilla pode ter de cumprir prisão perpétua.