São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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Em ascensão, desafiante foge de debate

Ex-chanceler Abdullah Abdullah, com chances de ir a segundo turno, não se pronunciou sobre ausência

DO ENVIADO ESPECIAL A CABUL

O segundo e último debate entre os principais candidatos a presidente do Afeganistão não contou justamente com aquele que vem sendo a sensação da campanha: Abdullah Abdullah, o ex-chanceler do país que pode tirar a reeleição em primeiro turno de Hamid Karzai.
Foi uma surpresa, até porque Abdullah foi o maior crítico da ausência de Karzai no primeiro debate, duas semanas atrás. Ele não se pronunciou.
Em seu lugar, entrou o folclórico ex-ministro do Planejamento Ramazan Bashardost, o franco-atirador do pleito que com suas perguntas diretas e campanha franca de rua conseguiu alcançar o terceiro lugar na mais recente pesquisa eleitoral com 9%.
Ele só não é uma alternativa viável porque é hazara, etnia considerada o "andar de baixo" da sociedade do país -que é tribal e não permite esse tipo de movimento social.

Na mira
Bashardost foi responsável pela maioria dos ataques a Karzai, que basicamente defendeu o que considera conquistas de seu mandato -ele foi indicado pelo Ocidente como interino em 2002 e eleito em 2004. Karzai já chegou a ser a aposta dos EUA, mas viu o apoio a sua candidatura diminuir em meio à violência e ao crescimento da insurgência do Taleban, que tem feito ataques no período pré-eleitoral.
O outro candidato presente, o quarto colocado na pesquisa Ashraf Ghani, também criticou o governo Karzai, mas usando seu conhecido tom professoral.
Hoje, Ghani é o candidato preferido dos norte-americanos, que admiram seu trabalho como ministro da Fazenda no começo do governo Karzai.
Ele é um afegão expatriado, e seus críticos dizem que é capaz de falar inglês melhor que dari ou pasthun, as principais línguas do país.
O debate foi transmitido pela emissora estatal Rádio e Televisão Afeganistão. Os cerca de 20 canais privados do país passaram trechos, e em todos há propaganda eleitoral gratuita em forma de comerciais.
Hoje é o último dia da campanha, e o evento que promete ser mais midiático é o comício de Abdullah no estádio de Cabul -onde ocorriam execuções rituais durante o governo do Taleban (1996-2001). (IG)


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