DA REDAÇÃO

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, enfrentou ontem pela primeira vez uma greve geral, organizada por funcionários públicos, sindicatos e agricultores, contra a política de reformas sociais e econômicas de seu recém-empossado governo.
Na capital, Bogotá, uma passeata que reuniu cerca de 4.000 pessoas acabou em choques violentos entre a polícia e os manifestantes. Ao menos quatro pessoas foram presas. Diversos jornalistas foram agredidos.
Alguns estudantes, militantes de grupos de extrema-esquerda, lançaram granadas de fabricação caseira contra os policiais, que retaliaram com bombas de gás lacrimogêneo.
A greve -de apenas um dia de duração- foi organizada em protesto contra os planos de Uribe de cortes orçamentários, que devem afetar diretamente a vida dos funcionários públicos estatais.
As marchas não chegaram a reunir as multidões que os líderes do movimento esperavam.
As medidas propostas pelo governo devem cortar benefícios salariais, aumentar a idade mínima para a aposentadoria e facilitar a demissão dos servidores públicos.
Com isso, o presidente pretende economizar recursos para poder aumentar os gastos com a reestruturação das Forças Armadas. Uribe tomou posse em 7 de agosto prometendo adotar uma política linha-dura contra grupos guerrilheiros de esquerda como as Farc e o ELN, inimigos do governo numa guerra civil que já dura quatro décadas -mais de 40 mil pessoas morreram nos últimos dez anos de conflito.
O Exército aumentou a segurança em todo o país ontem, temendo que os guerrilheiros se infiltrassem em manifestações nas regiões rurais da Colômbia, principalmente nos Departamento de Cauca (sudoeste) e Tolima (centro).