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IRAQUE OCUPADO
Suspeitos são acusados de ataques à coalizão; em Washington, democratas exigem demissões no governo
EUA têm 8 supostos ocidentais sob custódia
DA REDAÇÃO
Um general dos EUA anunciou
ontem a prisão, no Iraque, de seis
pessoas que se dizem cidadãs
americanas e de outras duas que
alegam ser britânicas. As oito são
suspeitas de envolvimento em
ataques de guerrilha contra a coalizão anglo-americana - que, só
no pós-guerra, causaram a morte
de 72 soldados dos EUA e de 11
britânicos.
Se confirmadas as nacionalidades, seria a primeira vez desde o
início da guerra, em março, que
os EUA anunciam o envolvimento de ocidentais na resistência.
O general Janis Karpinski, responsável pelos centros de detenção no Iraque, afirmou que os
suspeitos estão sendo interrogados pelo serviço de inteligência
militar e são considerados "detentos de segurança" -uma classificação que distingue cerca de
4.400 pessoas capturadas pelos
EUA dos prisioneiros de guerra e
dos criminosos comuns. Ela não
divulgou os nomes dos detidos
nem a data de sua captura.
"Algumas informações são confidenciais", disse ela durante uma
visita à prisão de Abu Ghraib, nas
cercanias de Bagdá, onde os oito
estão detidos. "Os detalhes são superficiais, e eles ficam mudando
as histórias."
Precedentes
Até agora, os EUA vinham atribuindo os ataques a dois grupos,
majoritariamente: simpatizantes
do regime iraquiano deposto e
combatentes estrangeiros que entrariam no país principalmente
pela fronteira com o Irã. Mas, entre esses "combatentes estrangeiros", nunca foi mencionada a presença de ocidentais.
O último caso semelhante divulgado pelos EUA foi a prisão de
John Walker Lindh, um cidadão
americano capturado no Afeganistão em novembro de 2001, durante a ofensiva militar no país
que se seguiu aos atentados de 11
de setembro de 2001. Os ataques
foram praticados pela Al Qaeda
-a rede terrorista que mantinha
campos de treinamento em território afegão e a qual os EUA acusavam o regime Taleban, que governava o país, de proteger.
Lindh, apelidado de "Taleban
americano", foi condenado a 20
anos de prisão após confessar
prestar serviços ao Taleban.
Na prisão da base militar americana de Guantánamo, em Cuba,
nove dos 660 detidos sob acusação de ligações com o Taleban ou
a Al Qaeda são britânicos. Nenhum deles foi capturado no Iraque, segundo os militares.
No início da Guerra do Iraque,
em março, o sargento americano
Hasan Akbar teria atacado um
acampamento militar no Kuait
com uma granada. Akbar, que está preso nos EUA sob acusação de
matar dois companheiros e de ferir 15, pode ser levado à corte
marcial e condenado à morte.
"Bush precisa demitir"
Congressistas democratas (oposição) exortaram ontem o presidente George W. Bush a demitir
um dos responsáveis pela política
americana no Iraque, a fim de obter apoio internacional à reconstrução do país.
A líder dos democratas na Câmara, Nancy Pelosi, e o deputado
John Murtha acusaram o governo
de alimentar falsos temores de
que o Iraque estaria prestes a usar
armas de destruição em massa e
de subestimar a resistência iraquiana e o custo da reconstrução.
"Alguém tem de sair", disse
Murtha. "Até isso ocorrer não teremos apoio internacional."
O senador democrata Joseph
Biden, da Comissão de Relações
Exteriores, disse ter ouvido o
mesmo pedido entre os republicanos (governistas). Segundo ele,
os nomes mais citados seriam os
do Secretário da Defesa, Donald
Rumsfeld, o do subsecretário Paul
Wolfowitz e o da assessora de segurança nacional Condoleezza
Rice. O subsecretário da Defesa
para política, Douglas Feith, também teria sido mencionado.
Já o líder republicano na Câmara, Tom DeLay, rechaçou os pedidos. "Travar uma guerra contra o
terror é algo nunca antes feito. É
óbvio que haveria erros."
Com agências internacionais
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