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Iraque tenta salvar lei sobre petróleo
Grupos étnicos não se entendem sobre partilha de renda, e curdos assinam contratos independentes
DO "NEW YORK TIMES", EM BAGDÁ
Um compromisso em torno
de um projeto de lei sobre os
campos de petróleo no Iraque,
acordado em fevereiro após
meses de negociações entre os
diferentes grupos iraquianos,
parece ter caído por terra.
Negociadores se reuniram
em Bagdá na última quarta para tentar salvar o acordo, no
momento em que crescem as
discordâncias entre o ministro
do Petróleo, Hussain al Shahristani, e autoridades do governo provincial do norte curdo do
país, onde se situam alguns dos
maiores campos petrolíferos.
Shahristani, da coalizão xiita
que controla o governo federal,
negociou o acordo com líderes
curdos e sunitas. Desde então,
porém, os curdos implementaram uma versão regional da lei
que, segundo ele, é ilegal.
A lei do petróleo, que regeria
a administração dos campos
petrolíferos, é um dos marcos
que o governo Bush impôs aos
iraquianos. Por várias vezes
chegou-se perto de um acordo.
"Houve momentos em que parecíamos estar quase lá, mas algo deu errado", disse o vice-premiê Barham Salih, curdo.
A nova lei já foi submetida ao
Parlamento iraquiano, que há
meses não consegue agir nessa
questão. Contribui para a disputa a decisão tomada pelos
curdos de começar a assinar
contratos com companhias petrolíferas internacionais antes
de ser aprovada a lei federal.
Além disso, alguns sunitas
deixaram de apoiar o pacto em
parte devido a um contrato que
o governo curdo assinara anteriormente com uma empresa
sediada nos Emirados Árabes
Unidos, a Dana Gas, para desenvolver reservas de gás.
Os curdos dizem que sua lei
provincial respeita os termos
da Constituição iraquiana, que
concede autonomia às Províncias em seus assuntos internos.
Mas Shahristani acha que a iniciativa é uma espécie de declaração de independência curda.
O premiê Nuri al Maliki, xiita, sugeriu retornar à formulação original do pacto e tentar
novamente fazer o projeto de
lei passar pelo Parlamento.
Salih disse que há um consenso básico quanto ao retorno
à formulação original, mas admite que os sunitas talvez queiram um acordo que inclua modificações na Constituição para
proteger seus interesses. Uma
lei sobre a partilha da renda está sendo desenvolvida.
Tradução de CLARA ALLAIN
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