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EUA querem fixar fronteiras
de Israel dentro de três meses
Segunda rodada de conversas termina sem progressos visíveis
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Suspensão das obras nos
assentamentos judaicos por
mais três meses e, neste prazo, estabelecimento de fronteiras. Com esta proposta, os
EUA tentam destravar o impasse que ameaça a retomada das negociações entre israelenses e palestinos.
O objetivo é contornar o
principal obstáculo, a determinação de Israel em não
prorrogar o congelamento de
construções nos territórios
ocupados, que vence no dia
26. Os palestinos consideram
o reinício das obras motivo
para deixar as conversas.
O plano americano, revelado por um jornal em árabe
baseado em Londres, foi uma
das raras pistas sobre as soluções discutidas nas negociações iniciadas em Washington. Nesta semana, a segunda rodada de contatos entre
palestinos e israelenses -em
Sharm el Sheikh (Egito) e em
Jerusalém- continuaram
cercadas de intenso sigilo.
Segundo o "Asharq Al Awsat", os EUA sugeriram que
Israel estenda a moratória
por três meses para tentar
chegar a um acordo sobre as
fronteiras. A proposta teria
sido aceita pelo presidente
palestino, Mahmoud Abbas,
mas não pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Em entrevista a uma rádio,
o ditador do Egito, Hosni Mubarak, confirmou a oferta feita a Israel. Com as linhas demarcadas, explicou Mubarak, Israel poderia construir
dentro de suas futuras fronteiras sem que isso representasse uma ameaça à paz.
O escritório do premiê rechaçou a notícia. Tudo indica, porém, que há muito jogo
de cena na atitude de Netanyahu. Diante do público doméstico, manter a postura intransigente em relação à moratória. Nos bastidores, abertura a um compromisso.
Sob o comando da secretária de Estado, Hillary Clinton, o desafio americano é
chegar a uma fórmula que
permita a ambos os lados
continuar as negociações
sem parecer que cederam.
Hillary encerrou a nova
conversa sem progressos visíveis, mas garantindo que as
negociações continuam.
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