São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2010

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EUA querem fixar fronteiras de Israel dentro de três meses

Segunda rodada de conversas termina sem progressos visíveis

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Suspensão das obras nos assentamentos judaicos por mais três meses e, neste prazo, estabelecimento de fronteiras. Com esta proposta, os EUA tentam destravar o impasse que ameaça a retomada das negociações entre israelenses e palestinos.
O objetivo é contornar o principal obstáculo, a determinação de Israel em não prorrogar o congelamento de construções nos territórios ocupados, que vence no dia 26. Os palestinos consideram o reinício das obras motivo para deixar as conversas.
O plano americano, revelado por um jornal em árabe baseado em Londres, foi uma das raras pistas sobre as soluções discutidas nas negociações iniciadas em Washington. Nesta semana, a segunda rodada de contatos entre palestinos e israelenses -em Sharm el Sheikh (Egito) e em Jerusalém- continuaram cercadas de intenso sigilo.
Segundo o "Asharq Al Awsat", os EUA sugeriram que Israel estenda a moratória por três meses para tentar chegar a um acordo sobre as fronteiras. A proposta teria sido aceita pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, mas não pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Em entrevista a uma rádio, o ditador do Egito, Hosni Mubarak, confirmou a oferta feita a Israel. Com as linhas demarcadas, explicou Mubarak, Israel poderia construir dentro de suas futuras fronteiras sem que isso representasse uma ameaça à paz.
O escritório do premiê rechaçou a notícia. Tudo indica, porém, que há muito jogo de cena na atitude de Netanyahu. Diante do público doméstico, manter a postura intransigente em relação à moratória. Nos bastidores, abertura a um compromisso.
Sob o comando da secretária de Estado, Hillary Clinton, o desafio americano é chegar a uma fórmula que permita a ambos os lados continuar as negociações sem parecer que cederam.
Hillary encerrou a nova conversa sem progressos visíveis, mas garantindo que as negociações continuam.


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