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Elo europeu é mais forte entre jovens, diz pesquisa
Estudo de identidade européia saiu na "Science"
DA REDAÇÃO
Cidadãos de países europeus
com 18 anos ou pouco mais que
isso estão mais propensos a se
definir por uma dupla identidade nacional -a européia e a do
país do qual têm a nacionalidade. Conforme a idade avança,
no entanto, ocorre justamente
o inverso, com as pessoas sentindo-se mais nacionais de seus
países e menos cidadãs de uma
Europa integrada.
É o que revela estudo de três
demógrafos, um luxemburguês
e dois austríacos, a ser publicado pela revista "Science".
O trabalho se baseia no Barômetro Europeu, ampla pesquisa de opinião entre as populações dos países membros da
União Européia, que hoje são
25. Segundo ele, em 2004, 42%
da população maior de idade
consideravam-se apenas nacionais de seus países, enquanto
58% se consideravam em alguma proporção também de identidade européia.
Os países em que a múltipla
identidade era maior são Luxemburgo (78%), Itália (72%),
França (68%) e Espanha (64%).
Aqueles em que a identidade
européia é menor são o Reino
Unido (40% de dupla identidade), Finlândia (43%), Suécia
(45%) e Grécia (46%).
A novidade do estudo publicado pela "Science" está no destrinchamento desses resultados por faixa etária. Mais de
80% dos entrevistados com
menos de 24 anos sentiam-se
também europeus. Mas na faixa acima dos 70 anos esse sentimento de dupla identidade caía
para menos de 60%.
Os autores do estudo acreditam que a dupla identidade se
manterá nesse segmento da população, conforme ela for envelhecendo. Com isso, afirmam,
em 2030 serão 226 milhões os
europeus com dupla identidade nacional, a de seus países e a
européia, contra 104 milhões
que se definirão apenas pela
identidade nacional -italiana,
sueca ou grega, por exemplo.
Os três pesquisadores assinalam, ainda, que esses resultados favoráveis à dupla identidade coincidem com um período
em que o processo de integração da União Européia foi atropelado pelos plebiscitos da
França e da Holanda, que rejeitaram em 2005 o projeto de
Constituição para o bloco.
Também têm sido problemáticos os apelos nacionalistas em
meio à discussão do Orçamento comunitário. Alguns grupos
organizados e partidos políticos tendem a raciocinar sobre
aquilo que seus países recebem
da UE, concluindo que é muito
pouco se comparado ao que a
Europa custa de impostos para
os seus contribuintes.
Esses fatores políticos, dizem
os pesquisadores, não chegam a
afetar em cheio a identidade
nacional européia de uma parcela majoritária da população.
E essa identidade "é crucial para a legitimidade do sistema político" gerido pela UE.
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