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Confrontos entre EUA e iraquianos deixam 15 mortos
DA REDAÇÃO
As forças americanas no Iraque
anunciaram ontem que mataram
11 insurgentes supostamente ligados a Saddam Hussein e outros
quatro civis iraquianos, em um sinal de que a violência no país não
arrefeceu apesar da captura do
ex-ditador no último sábado.
As mortes ocorreram em três
ações distintas, ontem e anteontem, em cidades do Triângulo Sunita - região no noroeste do país
que concentra simpatizantes do
regime deposto e ataques a soldados dos EUA.
A ação de segunda-feira, em Samarra (norte), foi a mais letal. As
forças americanas disseram ter
matado 11 "simpatizantes de Saddam" que tentaram emboscá-las.
Segundo os soldados, os agressores teriam soltado um bando de
pombos quando a tropa se aproximou, aparentemente dando um
sinal para outro grupo de insurgentes. Dois homens em motocicletas surgiram atirando e fugiram em seguida em meio a um
grupo de crianças que saía da escola. Outros membros do grupo
atacaram com granadas-foguetes
e armas automáticas.
As forças dos EUA disseram ter
usado franco-atiradores para evitar colocar civis em risco.
Samarra é a mesma cidade onde, no mês passado, as forças dos
EUA disseram ter matado 54 insurgentes. O número foi revisto
mais tarde -segundo a polícia
local, morreram no máximo dez
pessoas, civis em sua maioria.
Em Ramadi, soldados americanos mataram três manifestantes e
feriram dois quando tentavam
conter um protesto que reuniu
750 iraquianos contra a prisão de
Saddam. O comando americano
alegou que os soldados foram atacados a tiros.
Manifestações semelhantes
eclodiram em outras cidades da
região. Em Fallujah, um dos locais
mais tensos do país, um iraquiano
foi morto durante o segundo dia
de protestos. Segundo o comando
dos EUA, o homem ameaçou os
soldados com uma granada.
As manifestações na cidade vêm
ocorrendo em frente à prefeitura,
invadida por manifestantes na
véspera. Ontem, o edifício estava
cercado por tanques e soldados.
Em Mossul, no norte do país,
um confronto entre policiais iraquianos e manifestantes resultou
na morte de um policial.
Em Tirkit, cidade onde Saddam
foi criado e perto da qual foi capturado, uma bomba explodiu na
estrada, ferindo três americanos.
Ao menos dois anos
O general Richard Myers, chefe
do Estado-Maior americano, desembarcou ontem no Iraque para
uma visita às tropas. Após discursar para um grupo de 200 soldados no Aeroporto Internacional
de Bagdá, o general falou com jornalistas e enviou uma mensagem
aos simpatizantes do ex-ditador.
"Quando vocês apoiam um líder e depois o encontram num
buraco, fica claro que vocês estão
do lado errado", disse.
Indagado sobre o tempo que as
tropas americanas permanecerão
no país, Myers respondeu: "Por
enquanto, mais dois anos. Não dá
para fazer previsões após esse
prazo. Dependerá de como as coisas transcorrerão". Anteontem, o
presidente George W. Bush reiterara que seus soldados ficariam
no Iraque "o tempo necessário",
apesar da prisão de Saddam.
Hoje estão no Iraque cerca de
130 mil militares americanos. A
transferência de poder dos EUA
para um governo iraquiano está
prevista para julho.
Com agências internacionais
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