São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2007

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Em Bagdá, Rice diz que Irã deve responder

Secretária afirma que Teerã deve ser considerada responsável por atos de membros do governo que fomentariam violência iraquiana

Assad e Ahmadinejad se reúnem para discutir tema iraquiano; depois, Rice foi a Israel para encontro com Olmert e Abbas amanhã

DA REDAÇÃO

Com o apoio à Guerra do Iraque em queda contínua, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, fez ontem uma visita não anunciada a Bagdá no início de uma viagem ao Oriente Médio que a levaria depois a Israel.
Em Bagdá, Rice voltou a falar do envolvimento iraniano na violência no Iraque -sem exibir provas, Washington acusa a Guarda Revolucionária iraniana de armar e financiar insurgentes no país vizinho sob anuência do governo de Mahmoud Ahmadinejad.
"Eu certamente não posso, nem creio que o governo norte-americano possa, detalhar o envolvimento da liderança iraniana. Mas acho que o governo iraniano como um todo deve responder pelos atos de cada uma das partes que o compõe."
O ditador sírio, Bashar al Assad, esteve ontem em Teerã para discutir com Ahmadinejad a questão iraquiana. A despeito da recomendação de um grupo bipartidário de estudos que propôs soluções para o conflito, Washington se recusa a envolver Damasco e Teerã no debate.
Desde quarta-feira, quando começou uma operação de segurança das forças iraquianas para tentar conter a escalada de violência na capital, as fronteiras do país com os dois vizinhos estão fechadas.
Segundo o general Qassim Ata al Musawi, porta-voz da iniciativa, com a operação os atos da violência em Bagdá diminuíram cerca de 80% nos últimos quatro dias.
Rice elogiou os resultados, mas afirmou que os iraquianos precisam "usar o espaço de manobra obtido" para avançar em direção a uma reconciliação. Ataques de viés sectário e a ação de esquadrões da morte empurraram o país para um conflito civil que opõe a maioria xiita à minoria sunita.
Rice chegou ao Iraque um dia após a Câmara dos Representantes dos EUA ter aprovado uma moção que condena o aumento do contingente americano no Iraque em 21,5 mil homens. Embora sem força de lei, a moção, que obteve o voto de 17 republicanos, é uma derrota ao governo de George W. Bush.

Israelenses e palestinos
Rice seguiu ontem para Israel, onde se encontrou com a chanceler Tzipi Livni. Amanhã, ela se reúne separadamente com o premiê Ehud Olmert e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, para tratar da retomada das negociações de paz.
Ela disse que o encontro de amanhã será focado na criação de um Estado palestino independente. "Queremos que as partes levem em conta as resoluções internacionais para ter dois Estados para os dois povos", disse em Jerusalém.
Mas os EUA se recusam a lidar com um governo palestino que não reconheça Israel -a ANP está dividida entre o Fatah de Abbas e o Hamas, que não admite a existência do Estado judeu.


Com agências internacionais


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