DA REDAÇÃO

Explosão atribuída ao Taleban, ocorrida no começo da tarde de ontem, matou pelo menos 80 pessoas e deixou outras dezenas feridas em Candahar, no sul do Afeganistão.
Considerado o mais sangrento desde a queda do regime Taleban, em 2001, o atentado aconteceu pouco antes do meio-dia entre as mais de 500 pessoas que foram assistir a uma briga de cachorros -prática proibida durante o governo da milícia (1996 - 2001).
Ahmed Wali Karza, presidente do conselho provincial de Candahar e irmão do presidente afegão, Hamid Karzai, disse que o alvo do atentado era Abdul Hakim Jan, líder de um grupo armado contrário ao Taleban. Segundo ele, Jan morreu durante o ataque.
Comunicado do Ministério do Interior informou que muitos dos feridos estão em estado grave e é possível que o número de vítimas seja ainda maior.
Asadulah Jalid, governador da Província, disse que, logo após a explosão, 61 mortos foram levados a um hospital civil e outros 20 a centros hospitalares. "O ataque suicida foi obra de membros do Taleban, inimigos do Afeganistão", acusou.
Yousuf Ahmadi, porta-voz do grupo terrorista, disse ontem que não podia ainda comentar nada sobre o assunto.
Um homem que havia ido ao local para ver os cães contou que a briga acabava de começar entre dois cães quando ouviu a explosão. "O barulho vinha de perto de um veículo da polícia. Logo vi muita gente morta e ferida. Uns 40 mortos no chão", disse Abdul Karim em entrevista à agência France Presse.
Outras testemunhas disseram que tiros foram disparados depois da explosão, mas não se sabe ao certo se as balas mataram ou machucaram alguém.
O último atentado desse tipo em Candahar foi em 12 de dezembro último, com um carro-bomba que deixou um civil morto e quatro feridos.
No ano passado, o Taleban cometeu 140 ataques suicidas, deixando 6.000 mortos.
Até agora, o pior episódio desde a queda do regime havia sido um atentado que deixou 79 pessoas mortas-entre elas, muitas crianças- em Baghlan, ao norte do Afeganistão, em novembro de 2007.
O maior atentado contra um grupo de pessoas reunidas para ver um espetáculo foi em janeiro de 2006, quando um suicida detonou uma bomba durante um espetáculo de luta em Spin Boldak, perto de Candahar, deixando 24 mortos.
A Casa Branca condenou o atentado. "Os extremistas não oferecem nada além de morte e violência", disse Gordon Johndro, porta-voz do Conselho de Segurança.