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Defesa aérea iraquiana se concentra em torno de Bagdá
Jerome Delay/Associated Press
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Trem militar com tanque e equipamento do Exército iraquiano para reforçar as defesas de Bagdá chega à capital do país |
MICHAEL R. GORDON
JOHN F. BURNS
DO "THE NEW YORK TIMES"
O Iraque cercou sua capital com
defesas antiaéreas mais formidáveis do que as usadas na Guerra
do Golfo (1991), segundo comandantes militares americanos.
O ditador Saddam Hussein
"concentrou quase todos os seus
recursos em uma pesada defesa
de Bagdá", disse o general Dan
Leaf, representante da Força Aérea no quartel-general das forças
terrestres norte-americanas, na
semana passada. "É um verdadeiro ninho de vespas."
O Iraque também reformou sua
estrutura de comando militar, colocando as defesas do país nas
mãos dos mais leais parentes e subordinados de Saddam, anunciou
hoje o governo iraquiano.
O ditador manterá controle pessoal da aviação, defesas antiaéreas
e sistemas de mísseis terra-terra
iraquianos. Seu filho Qusay responderá pela defesa de Bagdá e da
cidade natal do líder, Tikrit.
"Ali Químico"
Para tentar reforçar seu poderio
no sul do país, Saddam selecionou Ali Hassan al Majid, conhecido pelos adversários iraquianos
do governo como "Ali Químico",
porque, alegam, ele teria comandado um ataque químico contra
os curdos. O quartel-general de
Majid provavelmente estará localizado em Nasiriyah, uma cidade
no sul do Iraque.
Saddam instalou outro subordinado leal, Izzat Ibrahim, no comando da estratégica região norte. Mazban Khader Hadi, membro do Conselho de Comando Revolucionário, que comanda o
país, responde pela defesa do centro do Iraque.
Omissão na TV
O Conselho de Comando Revolucionário, presidido por Saddam, disse que o estabelecimento
dos novos distritos militares permitiria que as Forças Armadas do
país "tomassem as medidas necessárias a repelir e destruir qualquer agressão estrangeira".
Mas aparentemente, em um esforço para manter a calma no país
e impedir um possível levante interno, o governo de Saddam está
ocultando dos iraquianos comuns a iminência de um possível
ataque americano. Os programas
de TV omitem do noticiário detalhes sobre a pressão anglo-americana, e o governo não ordenou
que os cidadãos se preparassem
para enfrentar ataques aéreos.
Oficiais americanos vêm dizendo há algum tempo que Saddam
planeja montar sua defesa final
em Bagdá, uma estratégia que
permitiria que ele influenciasse a
opinião mundial e faria com que
os EUA tivessem de enfrentar a
perspectiva de guerra urbana e
um número possivelmente elevado de baixas.
Os esforços do Iraque para reforçar suas defesas antiaéreas têm
por objetivo servir a essa estratégia de diversas maneiras. O Iraque está tentando reduzir os efeitos dos ataques aéreos americanos, os quais, esperam os planejadores militares dos EUA, debilitarão substancialmente as Forças
Armadas do Iraque e possivelmente causarão a derrubada de
Saddam. Além disso, as forças
americanas precisariam controlar
os céus sobre Bagdá durante qualquer avanço rumo à cidade, caso
isso se prove necessário para derrubar o governo.
As trincheiras que cercam a capital estão sendo cheias de petróleo, que pode ser incendiado para
obscurecer o campo de batalha e
dificultar ao poderio aéreo aliado
o ataque a alvos terrestres, uma
tática que deve ter baixa efetividade, já que os americanos dispõem
de bombas "inteligentes" -guiadas por satélite.
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