São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2011

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Combustível de reator 3 japonês é muito mais radioativo que urânio

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

O reator 3 da usina de Fukushima 1, cuja estrutura do prédio que o abriga sofreu uma explosão na segunda, usa um combustível ainda mais radioativo do que simplesmente urânio: o MOX.
Trata-se de uma mistura de óxido de urânio e de plutônio -um elemento ainda mais radioativo. Em caso de acidente, o MOX elevaria em cinco vezes o risco de câncer.
A preocupação com o plutônio surgiu na quarta-feira, quando partículas radioativas desse elemento foram identificadas na região da usina Fukushima 1.
No entanto, ainda não se sabe se essas partículas foram originadas no processo de fissão do urânio (divisão do combustível em duas partes), que acontece em todos os reatores, ou se saíram, de fato, do MOX do reator 3.
Por ser considerado muito perigoso e de difícil controle na reação em cadeia, a quantidade de MOX não passa de 30% da carga total de combustível do reator.
Hoje, apenas cinco países do mundo usam MOX nas suas usinas nucleares: Japão, França, Alemanha, Bélgica e Suíça.
"Se o MOX ficar contido dentro do vaso combustível do reator 3 não haverá problemas", explica o físico Luís Antônio Albiac Terremoto, do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares).
"O problema é se o núcleo desse reator explodir, como aconteceu em Tchernobil", completa o físico.


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