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ARGENTINA
Ex-presidente tem 18,3% das intenções de votos, mas está em empate técnico com outros 4 candidatos para eleição do dia 27
Menem aparece na frente em pesquisa
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
O ex-presidente Carlos Menem
(1989-1999) aparece na frente numa pesquisa de intenções de voto
para as eleições presidenciais argentinas, que se realizam no dia
27 de abril. Apesar disso, Menem
e outros quatro candidatos estão
em situação de empate técnico,
todos com chances de chegar ao
segundo turno, que ocorrerá em
18 de maio.
Segundo o levantamento divulgado ontem, da consultora Ipsos
Mora e Araujo, nenhum dos candidatos aparece com mais de 20%
das intenções de votos. Menem
tem 18,3%, Néstor Kirchner aparece com 16,8% e, Adolfo Rodríguez Saá, com 15,1%. Os três concorrem à Presidência pelo PJ
(Partido Justicialista) que, pela
primeira vez na história argentina, disputa uma eleição presidencial com mais de um candidato.
Ricardo López Murphy, um dos
ex-ministros da Economia do governo de Fernando de la Rúa
(1999-2001) tem 16,3% das intenções de votos. A esquerdista Elisa
Carrió aparece com 12,6%. Os
dois são ex-membros da UCR
(União Cívica Radical, partido de
De la Rúa) que fundaram seus
próprios partidos em 2001.
Como a margem de erro da pesquisa é de 2,8 pontos percentuais,
os cinco candidatos estão empatados tecnicamente.
Para ganhar a eleição no primeiro turno, o candidato deve atingir
no mínimo 45% dos votos válidos, ou conseguir mais de 40%
dos votos válidos e uma diferença
de pelo menos 10 pontos percentuais em relação aos votos do segundo colocado.
Desconfiança
Os argentinos lêem as pesquisas
de intenções de voto com desconfiança. Até agora, as pesquisas
mostraram resultados distintos, e
quase todos os candidatos acusam as consultorias de "fabricarem" pesquisas falsas -muitos
dos consultores apoiam ou trabalham com um dos candidatos.
Mesmo Menem, que aparece
em primeiro lugar na pesquisa divulgada ontem, afirma que a única pesquisa correta é a do jornal
"Ambito Financiero", que o coloca em primeiro lugar, com chances de ganhar no primeiro turno.
Mas Menem não esconde que é
amigo pessoal dos donos do jornal. Os demais candidatos dizem
não acreditar na pesquisa feita pelo "jornal menemista".
Carrió diz que os argentinos terão "uma surpresa" nas próximas
eleições. A candidata recusa-se a
comentar as pesquisas. "O dia que
eu tiver que comprar uma pesquisa, eu saio da política", diz. Kirchner é o único que diz não desconfiar das pesquisas - com exceção
para a divulgada pelo "Ambito".
"Quando eu tinha 0,09% dos votos, eu lia as pesquisas e não criticava. Continuo lendo."
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