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São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2003

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ARGENTINA

Ex-presidente tem 18,3% das intenções de votos, mas está em empate técnico com outros 4 candidatos para eleição do dia 27

Menem aparece na frente em pesquisa

MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

O ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) aparece na frente numa pesquisa de intenções de voto para as eleições presidenciais argentinas, que se realizam no dia 27 de abril. Apesar disso, Menem e outros quatro candidatos estão em situação de empate técnico, todos com chances de chegar ao segundo turno, que ocorrerá em 18 de maio.
Segundo o levantamento divulgado ontem, da consultora Ipsos Mora e Araujo, nenhum dos candidatos aparece com mais de 20% das intenções de votos. Menem tem 18,3%, Néstor Kirchner aparece com 16,8% e, Adolfo Rodríguez Saá, com 15,1%. Os três concorrem à Presidência pelo PJ (Partido Justicialista) que, pela primeira vez na história argentina, disputa uma eleição presidencial com mais de um candidato.
Ricardo López Murphy, um dos ex-ministros da Economia do governo de Fernando de la Rúa (1999-2001) tem 16,3% das intenções de votos. A esquerdista Elisa Carrió aparece com 12,6%. Os dois são ex-membros da UCR (União Cívica Radical, partido de De la Rúa) que fundaram seus próprios partidos em 2001.
Como a margem de erro da pesquisa é de 2,8 pontos percentuais, os cinco candidatos estão empatados tecnicamente.
Para ganhar a eleição no primeiro turno, o candidato deve atingir no mínimo 45% dos votos válidos, ou conseguir mais de 40% dos votos válidos e uma diferença de pelo menos 10 pontos percentuais em relação aos votos do segundo colocado.

Desconfiança
Os argentinos lêem as pesquisas de intenções de voto com desconfiança. Até agora, as pesquisas mostraram resultados distintos, e quase todos os candidatos acusam as consultorias de "fabricarem" pesquisas falsas -muitos dos consultores apoiam ou trabalham com um dos candidatos.
Mesmo Menem, que aparece em primeiro lugar na pesquisa divulgada ontem, afirma que a única pesquisa correta é a do jornal "Ambito Financiero", que o coloca em primeiro lugar, com chances de ganhar no primeiro turno. Mas Menem não esconde que é amigo pessoal dos donos do jornal. Os demais candidatos dizem não acreditar na pesquisa feita pelo "jornal menemista".
Carrió diz que os argentinos terão "uma surpresa" nas próximas eleições. A candidata recusa-se a comentar as pesquisas. "O dia que eu tiver que comprar uma pesquisa, eu saio da política", diz. Kirchner é o único que diz não desconfiar das pesquisas - com exceção para a divulgada pelo "Ambito". "Quando eu tinha 0,09% dos votos, eu lia as pesquisas e não criticava. Continuo lendo."


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