São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Há dúvidas sobre a existência de 150 seqüestrados por sunitas

Confusão cerca seqüestro de xiitas

DA REDAÇÃO

Forças iraquianas apoiadas por militares americanos fizeram ontem três incursões em Madaen, 14 km ao sul de Bagdá, na tentativa de libertar supostos 150 xiitas seqüestrados por insurgentes sunitas, outra corrente islâmica.
Esse número de reféns foi fornecido em Bagdá à agência Reuters por uma liderança xiita. Mas um delegado de polícia afirmou à agência que o grupo era bem menos numeroso e que os seqüestros são rotineiros em conflitos tribais.
O comando militar americano e o Ministério da Segurança Nacional do Iraque acreditam existir um número mais elevado de reféns -entre eles mulheres e crianças-, o que os levou ontem às operações conjuntas. Mas não localizaram o cativeiro, disse na Assembléia unicameral o ministro da Segurança, Kassim Daoud.
Sua declaração desmentia a informação de Haidar Khayon, porta-voz do Ministério da Defesa. Ele afirmara que 15 famílias xiitas haviam sido libertadas.
Ilyad Allawi, que ainda ocupa o posto de primeiro-ministro, acusou a Al Qaeda de estar por trás do seqüestro para provocar uma guerra civil entre sunitas e xiitas.
Mas a organização terrorista islâmica, em declaração publicada por um site em Dubai, rejeitou a acusação e disse que a crise foi artificialmente produzida pelos "infiéis", como pretexto para massacrar a população sunita.
No sábado, a TV estatal iraquiana, Iraqiya, disse que os seqüestradores ameaçavam começar a matar os reféns no dia seguinte. Não há por enquanto evidências de que eles tenham colocado em prática essa ameaça.
A tensão entre sunitas e xiitas é atribuída por alguns analistas à incapacidade de as lideranças iraquianas formarem um governo, 11 semanas depois das eleições que escolheram uma Assembléia de forte maioria xiita, e na qual os curdos são numerosos e os sunitas, por terem boicotado o pleito, ficaram sub-representados.
Ainda ontem, três soldados americanos foram mortos de madrugada por insurgentes que tentavam furar um bloqueio nas imediações de uma base militar em Ramadi, a oeste de Bagdá.
Por sua vez, uma americana que trabalhava para a organização Civic Worldwide, com sede em Washington, morreu quando o comboio do qual fazia parte foi atingido por morteiros de insurgentes numa estrada de acesso ao aeroporto de Bagdá.


Com agências internacionais

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