São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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Na França, Assembléia Nacional endurece a política imigratória

DA REDAÇÃO

A Assembléia Nacional francesa aprovou ontem uma dura lei de imigração que dificulta a entrada no país de trabalhadores sem qualificação e permite que órgãos públicos façam uma seleção rigorosa dos melhores e mais qualificados candidatos do exterior.
Apresentada pelo ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, a medida foi aprovada por 367 votos a favor e 164 votos contrários, em votação de urgência.
A proposta ainda irá a votação no Senado no início de junho. O governo francês espera que ela entre em vigor já em julho.
Líderes religiosos, de grupos de direitos humanos e da esquerda manifestaram oposição à lei, qualificando-a de muito restritiva e argumentando que ela pode fomentar a xenofobia, estigmatizar os estrangeiros e discriminar os pobres.
Sarkozy, que pretende concorrer às eleições presidenciais no ano que vem, se defendeu ontem da acusação de que a reforma tem o objetivo de atrair eleitores de tendência de extrema-direita. "Não apoiamos as posições da extrema-direita porque não as queremos", disse. "Trata-se de uma imigração seletiva."
Falando na TV francesa na noite anterior à votação, Sarkozy argumentou que a França não tem condições de dar emprego e moradia a todos os estrangeiros que vêm para o país e disse que muitos outros países, como o Reino Unido e a Alemanha, também têm políticas de escolha seletiva de imigrantes.
"Por que a França seria o único país no mundo que não pode decidir livremente quem tem o dinheiro de vir para o nosso país e quem não é bem-vindo?", disse.
A legislação aprovada ontem cria um sistema de cotas, sem mencioná-lo explicitamente, e implementa um visto de residência de "competência e talento" válido por três anos para trabalhadores estrangeiros altamente qualificados. O sistema é direcionado a atletas, artistas e acadêmicos.
A lei elimina ainda uma medida que hoje permite aos imigrantes, mesmo os ilegais, um prazo de mais de 10 anos para pedir a cidadania francesa. Vai também dificultar que estrangeiros que já vivem na França tragam seus parentes para o país.


Com agências internacionais

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