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Republicanos querem prolongar Guantánamo
Oposição considera "arbitrário" prazo para fechar prisão até janeiro, imposto por Obama após a posse
DA ASSOCIATED PRESS
Congressistas republicanos
exortaram o presidente Barack
Obama a estender o prazo para
o fechamento do campo de prisioneiros na base militar de
Guantánamo (Cuba), estabelecido até janeiro.
Para o líder do partido opositor no Senado, Mitch McConnell, a data escolhida no primeiro dia de governo do democrata é "arbitrária".
O aumento do tom na pressão republicana pretende aproveitar o momento criado pelos
primeiros recuos de Obama na
sua anunciada política de desmantelamento do aparato da
"guerra ao terror" do antecessor, George W. Bush.
Na última sexta, o presidente
anunciou que manterá as comissões militares de exceção
para o julgamento dos prisioneiros da base. Ao assumir,
Obama havia suspendido as comissões por quatro meses e ordenado o fechamento definitivo da prisão em até um ano.
No começo da semana, o democrata também já decidira
proibir a divulgação de fotos
que mostram militares americanos praticando maus tratos
contra prisioneiros no Iraque e
no Afeganistão. A justificativa
foi a de que a medida poderia
pôr em risco soldados no front.
As fotos, porém, vazaram,
constrangendo o governo, que
havia dito que elas não mostravam abusos como os da prisão
de Abu Ghraib (Iraque).
"O presidente errou ao estabelecer uma data [para o fechamento da prisão de Guantánamo]. Ele mudou de ideia sobre
outras coisas. O caso merece
um ajustamento de posição",
disse McConnell à Fox News.
"Deveríamos mantê-la aberta.
É uma instalação moderna.
Nunca ninguém fugiu dali."
Nó jurídico
A base mantém hoje 241 prisioneiros. Para que sejam libertados, porém, a Casa Branca
precisa desatar o nó jurídico
criado sob o termo "combatentes inimigos ilegítimos" -conceito concebido nos anos Bush
para privar os detentos das garantias internacionais das Convenções de Genebra e da legislação americana.
Em março, o governo anunciou ter abandonado o termo.
Mas a questão do destino dos
detentos segue problemática.
Além da resistência -inclusive de democratas- em levar
os presos para julgamento nos
EUA, muitos deles correm risco de perseguição em seus países de origem caso sejam mandados de volta.
Cerca de US$ 50 milhões já
reservados para o fechamento
da prisão estão condicionados a
uma solução para o destino dos
prisioneiros. Washington negocia com países europeus.
"[Os prisioneiros] deveriam
ficar em Guantánamo até o
presidente encontrar um lugar
para eles", disse o republicano
mais graduado da Comissão de
Segurança Doméstica do Senado, Peter King, à emissora CBS.
Até o senador democrata Jim
Webb defendeu o não fechamento, por ora, da prisão. "Devemos fechar Guantánamo no
momento correto. Vamos processá-los de acordo com a lei,
com o devido processo legal. E
então a fechamos." Obama prometeu garantias aos prisioneiros nas comissões militares.
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