São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2011

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O FIM DA CAÇADA

Paquistaneses e Otan trocam disparos

Dois helicópteros teriam sido alvejados por Exército do Paquistão e revidaram, na fronteira com o Afeganistão

Incidente ocorre em meio à controvérsia causada pela ação militar que levou à morte de Bin Laden


Waheed Khan/Efe
Agentes paquistaneses de segurança retiram explosivos do corpo de uma mulher que tentou cometer um ato suicida

DO "NEW YORK TIMES"

Soldados paquistaneses e dois helicópteros da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico Norte) que penetraram em território do Paquistão trocaram tiros ontem, e dois soldados saíram feridos, anunciaram as autoridades locais.
O Paquistão protestou, o que agravou o desgaste nas relações entre o país e o Ocidente depois do ataque norte-americano que matou Osama bin Laden.
O Exército e os serviços de inteligência paquistaneses estão sob suspeita internacional desde que Bin Laden foi morto, em 1º de maio, em um ataque americano contra uma grande casa em Abbottabad, cidade habitada por famílias de militares e localizada a curta distância da capital, Islamabad.
O incidente com os helicópteros da Otan ocorreu em Datta Khel, no Waziristão do Norte, parte da área tribal paquistanesa que é conhecida por abrigar os militantes do Taleban e Al Qaeda que lançam ataques tanto no Afeganistão quanto no Paquistão.
Um representante das forças militares ocidentais no Afeganistão e um porta-voz da Otan afirmaram que houve disparos na fronteira, mas não confirmaram que forças paquistanesas tenham sido o alvo, ou foram atingidas.
A Otan declarou que conduziria uma investigação para determinar se as aeronaves teriam violado o espaço aéreo paquistanês, como o Exército local alega.
Também ontem, as forças paquistanesas de segurança impediram um suposto ataque da Al Qaeda. Quatro suspeitos de prepararem atentados suicidas com explosivos, entre os quais três mulheres, em um posto do Exército em Quetta, no sudoeste do país, foram mortos.

CONTROVÉRSIA
O incidente polêmico com a Otan aconteceu um dia depois que o senador americano John Kerry encerrou visita a Islamabad.
Ele mediava a recuperação do bom relacionamento entre os dois países, mas advertiu o Paquistão de que "ações, e não palavras", eram necessárias.
Mas permanecem as controvérsias sobre o ataque americano à casa em que Bin Laden se escondia. Novas investigações divulgadas pela Associated Press indicam que os EUA teriam escondido deliberadamente a operação do governo paquistanês.
Também foi apurado pela primeira vez o número exato de militares envolvidos no ataque. Em dois helicópteros Black Hawk estavam 23 SEALs, um intérprete e um cão farejador, chamado "Cairo". A bordo das aeronaves Chinooks estavam mais duas dúzias de soldados, como proteção extra.
Após darem dois tiros em Bin Laden, um na cabeça e outro no peito, os militares americanos encontraram duas armas: um rifle AK-47 e uma pistola russa Makarov, que não tinham impressões digitais do terrorista.

Com agências de notícias


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