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Índia recusa caças americanos
e contraria o governo Obama
Relação é abalada 5 meses após visita do presidente americano
CLAUDIA ANTUNES
DO RIO
A relação entre EUA e Índia, cultivada por Washington para contrabalançar a ascensão da China, foi estremecida com a decisão de Nova
Déli de descartar os jatos militares americanos F18 em
sua nova aquisição de caça-bombardeiros.
O embaixador americano
em Déli, Thimothy Roemer,
se disse "profundamente decepcionado". O anúncio veio
cinco meses depois da visita
em que o presidente Barack
Obama apoiou a candidatura
indiana a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.
O caso tem semelhança
com a disputa para a encomenda dos 36 novos caças da
FAB (Força Aérea Brasileira).
O F18 da Boeing é um dos três
finalistas nessa concorrência, com o Rafale francês e o
Gripen sueco.
Na Índia, serão adquiridos
126 bombardeiros. O país é
tradicional comprador de armas da Rússia, mas o MiG-30
russo também foi descartado
e a disputa será decidida entre o Rafale e o Eurofighter
Typhoon, desenvolvido por
Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha.
Em artigo para a Al Jazeera, o ex-chanceler indiano
Shashi Tharoor lista duas razões para a eliminação do
F18 da competição.
O Rafale e o Typhoon teriam superioridade tecnológica e se adaptariam melhor
às condições de clima e topografia da Caxemira -disputada com o Paquistão e um
dos possíveis locais de utilização dos jatos.
Além disso, os EUA seriam
um parceiro pouco confiável
para a transferência de tecnologia e o suprimento de
peças. "O país já suspendeu
encomendas contratadas,
impôs sanções contra amigos e inimigos (incluindo a
Índia) e voltou atrás na entrega de produtos militares", escreve Tharoor.
O mesmo motivo é alegado
pelos que se opõem à compra
do F18 pelo Brasil. A Embraer
foi impedida de vender seu
Super Tucano à Venezuela
porque o avião tem peças
americanas.
Além de excluídos da concorrência dos caças, os EUA
enfrentam dificuldade para
concluir a venda à Índia de
reatores para energia nuclear. Os americanos querem
ser excluídos de responsabilização criminal em caso de
acidentes.
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