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foco
Na Austrália, papa diz que "consumismo insaciável" esgota recursos do planeta
DA REDAÇÃO
O papa Bento 16 disse ontem, na 23ª Jornada Mundial
da Juventude (JMJ), em Sidney, que os recursos do planeta estão sendo esgotados e
desperdiçados em nome do
que considera um "consumismo insaciável". Frente a quase 150 mil pessoas de mais de
160 países, Bento 16 exortou o
mundo a resistir ao que chamou de "vários tipos de veneno" que corroem a sociedade.
Na primeira aparição após
três dias de descanso pelas 20
horas de viagem à Austrália,
Bento 16 pediu reflexão sobre
o mundo que a atual geração
prepara para as próximas.
O "papa verde", apelido ganho pela preocupação ambiental, não deixou de abordar temas caros ao seu pontificado nem de defender posições conservadoras, marca
dos seus três anos à frente da
Igreja Católica.
"Estamos descobrindo que
há cicatrizes que marcam a
cara da nossa terra, como a
erosão, o desmatamento, o
espólio dos recursos minerais
e dos oceanos, e que se reproduzem no ser humano por
meio do álcool, das drogas, da
exaltação da violência e da degradação sexual."
Ele disse que a televisão e a
internet tratam como entretenimento questões como o
uso de drogas e a exploração
sexual e voltou a fazer críticas
à prática do aborto. "Como
pode ter-se convertido em
um lugar de violência o mais
maravilhoso e sagrado lugar
humano, o ventre de uma
mulher?", indagou.
O papa aproveitou também
a visita à Austrália para cumprimentar o premiê Kevin
Rudd pelo pedido de perdão
aos aborígenes em fevereiro,
o primeiro na história do país.
"Esse exemplo de reconciliação oferece esperança para
povos do mundo todo."
Em 2001, o antecessor de
Bento 16, João Paulo 2º, pedira desculpas formais aos povos indígenas de Austrália,
Nova Zelândia e ilhas do Pacífico por abusos cometidos
por missionários católicos.
Há expectativa de que Bento 16 manifeste-se ainda sobre casos de abuso sexual pelo clero australiano que recentemente voltaram à tona.
As JMJs, idealizadas por
João Paulo 2º, são realizadas
a cada dois ou três anos desde
1986 pela Igreja Católica. A
última foi em Colônia, na Alemanha, em 2005. A de Sidney
teve início na terça, 15, e deve
ser encerrada no domingo,
20, com a celebração de uma
missa ao ar livre pelo papa.
Com agências internacionais
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