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São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2003

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ÁFRICA

Rebeldes desistem do cargo de vice; pacto sobre ajuda humanitária é feito

Acordo de transição avança na Libéria

DA REDAÇÃO

As negociações entre rebeldes e o governo provisório da Libéria superaram seu primeiro impasse.
Os representantes das forças rebeldes, que combatiam havia três anos o governo de Charles Taylor e conseguiram sua saída na última segunda-feira, abriram mão da exigência de ficar com a vice-presidência do país africano.
O ex-presidente da Nigéria Abdulsalami Abubakar, que é o mediador das negociações em Gana, havia definido ontem como prazo final para que os rebeldes desistissem da exigência de ocupar vários cargos importantes, como condição para não suspender o processo de negociação até setembro.
Os rebeldes haviam ameaçado retomar os combates caso sua reivindicação não fosse atendida. Eles, porém, continuam a exigir a presidência do Parlamento.
O mandato do presidente Moses Blah, que era vice de Taylor e assumiu após sua saída, vai até 14 de outubro. Para essa data, está prevista a instalação de um governo de transição cuja composição está sendo negociada em Gana.
Em outro sinal de colaboração, as forças rebeldes que controlam boa parte da Libéria fizeram um pacto com o governo para garantir a segurança da distribuição de ajuda humanitária no país.
As duas partes se comprometeram a "assegurar a segurança de todos os membros das ONGs e organizações internacionais".
O representante da ONU para a Libéria, Jacques Paul Klein, considerou o acordo como "uma prova de sinceridade". "Ele deve entrar em vigor na terça-feira [amanhã], para que haja tempo de as ordens serem transmitidas", explicou.
A distribuição de alimentos na capital liberiana, Monróvia, já havia se intensificado, sob a proteção de helicópteros americanos. No início de agosto, os primeiros soldados nigerianos da força de paz internacional chegaram à Libéria -essa era a condição de Taylor para deixar o poder.
"Nós aumentaremos a distribuição a cada dia para chegarmos a ajudar 250 mil pessoas em Monróvia", afirmou Gregory Blamoh, responsável pelo Programa Mundial de Alimentos no país.
As forças de paz da Ecowas (Comunidade Econômica dos Países do Oeste Africano) receberam, no fim de semana, mais 110 soldados nigerianos. Já são 900 homens, dos 3.000 que serão enviados.
Com isso, foi realizada a primeira patrulha fora de Monróvia, a 20 km a noroeste da capital. Segundo um militar nigeriano, o grupo foi bem recebido pelos rebeldes.


Com agências internacionais

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