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ÁFRICA
Rebeldes desistem do cargo de vice; pacto sobre ajuda humanitária é feito
Acordo de transição avança na Libéria
DA REDAÇÃO
As negociações entre rebeldes e
o governo provisório da Libéria
superaram seu primeiro impasse.
Os representantes das forças rebeldes, que combatiam havia três
anos o governo de Charles Taylor
e conseguiram sua saída na última segunda-feira, abriram mão
da exigência de ficar com a vice-presidência do país africano.
O ex-presidente da Nigéria Abdulsalami Abubakar, que é o mediador das negociações em Gana,
havia definido ontem como prazo
final para que os rebeldes desistissem da exigência de ocupar vários
cargos importantes, como condição para não suspender o processo de negociação até setembro.
Os rebeldes haviam ameaçado
retomar os combates caso sua reivindicação não fosse atendida.
Eles, porém, continuam a exigir a
presidência do Parlamento.
O mandato do presidente Moses Blah, que era vice de Taylor e
assumiu após sua saída, vai até 14
de outubro. Para essa data, está
prevista a instalação de um governo de transição cuja composição
está sendo negociada em Gana.
Em outro sinal de colaboração,
as forças rebeldes que controlam
boa parte da Libéria fizeram um
pacto com o governo para garantir a segurança da distribuição de
ajuda humanitária no país.
As duas partes se comprometeram a "assegurar a segurança de
todos os membros das ONGs e
organizações internacionais".
O representante da ONU para a
Libéria, Jacques Paul Klein, considerou o acordo como "uma prova
de sinceridade". "Ele deve entrar
em vigor na terça-feira [amanhã],
para que haja tempo de as ordens
serem transmitidas", explicou.
A distribuição de alimentos na
capital liberiana, Monróvia, já havia se intensificado, sob a proteção de helicópteros americanos.
No início de agosto, os primeiros
soldados nigerianos da força de
paz internacional chegaram à Libéria -essa era a condição de
Taylor para deixar o poder.
"Nós aumentaremos a distribuição a cada dia para chegarmos
a ajudar 250 mil pessoas em Monróvia", afirmou Gregory Blamoh, responsável pelo Programa
Mundial de Alimentos no país.
As forças de paz da Ecowas (Comunidade Econômica dos Países
do Oeste Africano) receberam, no
fim de semana, mais 110 soldados
nigerianos. Já são 900 homens,
dos 3.000 que serão enviados.
Com isso, foi realizada a primeira patrulha fora de Monróvia, a 20
km a noroeste da capital. Segundo
um militar nigeriano, o grupo foi
bem recebido pelos rebeldes.
Com agências internacionais
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