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análise
Antigo pilar do balanço de forças retorna
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os vôos de bombardeiros estratégicos e sua interceptação pelos caças
adversários eram um dos
pontos mais visíveis -e fotografados- da Guerra
Fria entre a URSS e os
EUA, especialmente se
comparados aos outros pilares do balanço de forças
nuclear, os mísseis balísticos intercontinentais lançados de terra e os lançados por submarinos. Mais
do que uma ameaça real ao
poderio americano, o retorno dos vôos de patrulha
dos bombardeiros russos
tem um forte impacto
simbólico.
Aviões "táticos" são
aqueles empregados diretamente no campo de batalha, por exemplo bombardeando uma coluna de
tanques inimigos ou uma
bateria de artilharia. Já os
"estratégicos" têm emprego diretamente ligado ao
balanço de forças entre os
países e suas estratégias
nacionais. E na Guerra
Fria isso queria dizer armas nucleares.
Tanto EUA como URSS
se valiam da chamada
"tríade" de armamentos
estratégicos, cujo peso variou muito entre 1945 e
1990. No final da Guerra
Fria, os bombardeiros
eram -e ainda são- o pilar menos imponente.
O conflito político-militar entre os blocos comunista e capitalista começou com os EUA muito
fortes em bombardeiros
estratégicos (foram os pioneiros B-29 que lançaram
as bombas de Hiroshima e
Nagasaki em 1945). O mais
famoso deles, o veterano
B-52, está em uso há mais
de meio século.
O pilar mais eficaz acabou sendo o míssil balístico lançado de submarino.
Aviões são bem mais lentos que mísseis e podem
ser abatidos com relativa
facilidade; mísseis terrestres em geral eram alvos fixos em silos de concreto
cavados no solo; já os submarinos no fundo do mar
eram de detecção mais difícil e seus mísseis podem
surgir de qualquer quadrante.
Os soviéticos também
construíram os seus bombardeiros -agora "ressuscitados", como os Tupolevs Tu-95, Tu-22M e Tu-160-, mas o pilar mais forte da sua dissuasão nuclear eram mísseis pesados baseados em terra armados com bombas de altíssimo poder explosivo.
Os bombardeiros soviéticos eram identificados
pela aliança militar ocidental Otan com nomes de
código começando com a
letra "B". Esses aviões podiam lançar bombas ou
mísseis nucleares, além de
fazer reconhecimento e
ataque marítimos.
Uma dupla de Tu-95
Bear voou dias atrás em
torno da base americana
de Guam, no Pacífico, algo
que não faziam desde a
Guerra Fria. O quadrimotor Tu-95 tem no arsenal
russo papel semelhante ao
B-52 americano, com a diferença que é movido a hélice e não a jato. Os outros
dois bombardeiros russos
-Tu-22M Backfire e Tu-160 Blackjack- são bem
diferentes do Bear, apesar
de cumprirem funções semelhantes. São jatos supersônicos, na mesma categoria que outro bombardeiro estratégico, o americano B-1B Lancer.
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