|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ataque mata 57 e expõe fragilidades do Iraque
Atentado em Bagdá ocorre a 15 dias da saída das tropas dos EUA do país
Quartel alvejado por homem-bomba tinha pouca segurança; Casa Branca diz que mantém cronograma de retirada
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Bagdá foi alvo ontem de
um dos atentados mais letais
do ano, que deixou ao menos
57 mortos e 123 feridos e expôs as fragilidades das forças
de segurança iraquianas no
momento em que os militares americanos preparam
sua saída do país.
Um homem-bomba se explodiu pela manhã em frente
a um quartel no distrito de
Bab al Muadham, centro-norte da cidade, onde estimados mil homens faziam fila para se candidatar a empregos nas forças iraquianas.
Apesar de instalações militares serem alvejadas constantemente no país, praticamente não havia segurança no local.
O atentado, atribuído à Al
Qaeda, ocorre a apenas 15
dias de os EUA formalmente
terminarem seu papel de
combate no Iraque, após sete
anos de guerra.
A partir de setembro, Washington quer deixar apenas
50 mil soldados -dos 144 mil
de quando Barack Obama assumiu- em solo iraquiano,
para operações como treinamento e assistência. A retirada total está marcada para o
ano que vem.
A Casa Branca condenou o
ataque, mas disse que o calendário de saída das tropas
americanas não mudou.
"Nossa missão de combate
termina no final do mês, mas
ainda teremos tropas lá ajudando [as forças iraquianas]
quando necessário", disse o
porta-voz Bill Burton. "Obviamente há pessoas que
querem prejudicar os avanços que os iraquianos fizeram em direção à democracia, mas [o país] está firme
nesse caminho."
Na noite de ontem, também em Bagdá, a detonação
de um carro-bomba resultou
na morte de dez pessoas no
bairro xiita de Ur.
Apesar de o Iraque estar
mais seguro que anos atrás,
houve um avanço na violência nos últimos meses, em reflexo também da incerteza
política que ronda o país.
Cinco meses após eleições
gerais, as facções sunita, xiita e curda ainda não chegaram a um acordo quanto à
formação de um governo.
TRABALHO COBIÇADO
Atentados mataram 378
agentes de segurança iraquianos entre janeiro e julho
deste ano. Apesar disso, o
trabalho nas forças de segurança é cobiçado, por garantir um salário fixo (cerca de
US$ 500) em uma economia
frágil e em um país com taxa
de desemprego de até 30%.
"Preciso desse trabalho
para alimentar a minha família. Não tenho opção senão
voltar para a fila", disse Ali
Ahmed, 34, que, depois de
presenciar a explosão, retornou ao local horas depois,
para ainda tentar se candidatar ao posto.
Texto Anterior: Irã diz que dar asilo a Sakineh é "ilógico" Próximo Texto: Foco: "MTV islâmica" mira juventude com música, mas evita mostrar mulheres Índice
|