São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Manifestações se espalham pela Índia

Ativista detido desde a última terça-feira aceitou acordo com a polícia e poderá jejuar por 14 dias em praça pública

Prisão de Anna Hazare leva milhares às ruas em diversas cidades; premiê sofre pressão ao criticar "novo Gandhi"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ativista indiano Anna Hazare, preso desde a última terça-feira quando se preparava para iniciar uma greve de fome em protesto contra a corrupção, aceitou um acordo oferecido pela polícia para deixar a prisão. Segundo o jornal "The Times of India", as forças de segurança permitirão que ele faça, no máximo, 14 dias de jejum na praça Ramlila Maidan.
Hazare, que vem sendo comparado ao líder indiano Mahatma Gandhi por adotar um estilo pacifista de manifestação, havia sido liberado horas antes, mas se recusou a deixar a cadeia até que fosse autorizado a prosseguir com a greve de fome em público. Segundo a imprensa indiana, ele começou a jejuar na prisão.
Até o fechamento desta edição, ele não tinha deixado a penitenciária de Tihar, em Nova Déli. Ontem, os protestos pela prisão do ativista levaram dezenas de milhares de pessoas às ruas de várias cidades indianas. Uma multidão se reuniu em frente à penitenciária onde estava detido Hazare. Estima-se que, só em Nova Déli, pelo menos 2.600 manifestantes tenham sido presos nos últimos dois dias.
Munidos de bandeiras e faixas, os manifestantes também ocuparam a região do Portão da Índia, monumento nacional que fica próximo ao Parlamento, e gritaram palavras de apoio ao ativista em frente às câmeras de TV.
À noite, a multidão acendeu velas e continuou em vigília pela libertação de Hazare. As manifestações se espalharam pelas cidades de Mumbai, Bangalore, Chennai e na região de Assam (nordeste). Em Haiderabad, polo tecnológico do país, advogados boicotaram os tribunais e alunos faltaram às aulas.

PRESSIONADO
Ontem, o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, defendeu a decisão da polícia de prender o ativista e disse que Hazare quer "impor sua lei ao Parlamento", ao pedir a revisão de uma lei anticorrupção.
"Ele pode estar inspirado por altos ideais em sua campanha para fixar uma lei forte e eficaz, mas o caminho que escolheu para impor seu projeto ao Parlamento está mal concebido e tem consequências graves para a democracia", disse o premiê no parlamento. Singh, que já enfrentou uma série de escândalos de corrupção recentemente foi logo repreendido por oposicionistas, aos gritos de "vergonha". Arun Jaitley, do Partido Bharatiya Janata, questionou o premiê: "Você esqueceu todo o senso de política? Se esqueceu de como se deve lidar com as agitações políticas?".


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