São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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DITADURA

Militar argentino acusado de massacre é preso no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Acusado de ter participado em 1976 do seqüestro e assassinato de 22 opositores do regime militar da Argentina, o major da reserva argentino Norberto Raul Tozzo, 63, foi preso ontem no Rio pela Polícia Federal, que representa a Interpol. O episódio ficou conhecido como "O Massacre de Margarita Belén", nome da cidade onde ocorreu.
Tozzo teve a prisão pedida na Argentina em outubro de 2004 e, segundo a Polícia Federal, era o único participante do massacre ainda solto. O ex-militar foi detido em um hotel em Ipanema, sem documentos e sob nome falso, acompanhado da filha. Estava clandestinamente no país.
Segundo o delegado Paulo César Martins, chefe da representação da Interpol no Rio, o militar confirmou ser Tozzo aos policiais. Disse informalmente que "cumpria ordens" à época e que os mortos eram "terroristas".
Há quase um mês, a Interpol no Rio recebeu informação da Argentina de que o militar estaria na cidade. Investigação da PF localizou-o no hotel. Na terça, quando agentes já vigiavam Tozzo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Eros Grau expediu o mandado de prisão.
Ele seria levado ontem para o presídio Ary Franco e, quando concluído o processo de extradição, entregue às autoridades argentinas.
O "Massacre de Margarita Belén" ficou marcado pela violência e o método usado. Os prisioneiros políticos foram retirados da prisão de Resistência em caminhões do Exército, antes de serem torturados e mortos a tiros. O Exército então atribuiu as mortes a um confronto entre grupos guerrilheiros rivais. Apenas 7 dos 22 corpos foram entregues às famílias.


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