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Netanyahu rejeita texto da ONU sobre Gaza
Premiê israelense afirma que país exerceu autodefesa e que o documento desconsidera ataques feitos pelos palestinos
Mesmo sem reconhecer o Tribunal Penal Internacional, Israel quer evitar caso nessa corte, por temer mandados internacionais de prisão
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rejeitou ontem as conclusões do
relatório da ONU de que Israel
teria cometido crimes de guerra -e possivelmente crimes
contra a humanidade- durante as três semanas de intensos
bombardeios contra a faixa de
Gaza, entre a última semana de
dezembro de 2008 e meados de
janeiro deste ano. Os ataques
deixaram 1.400 palestinos
mortos, na maioria civis.
Netanyahu disse a emissoras
de TV israelenses que se tratou
de uma medida de legítima defesa. O atual premiê estava na
oposição na época da incursão
-levada a cabo pelo então premiê Ehud Olmert-, embora
sempre a tivesse apoiado.
Segundo Netanyahu, o relatório da ONU, divulgado na terça, ignora a retirada de colônias
de Gaza, em 2005, e os anos em
que foguetes eram disparados
por radicais do Hamas contra o
sul do território israelense.
Além de acusar Israel -assim como o Hamas, justamente
pelos lançamentos de foguetes-, o relatório alertou para o
fato de o suprimento de água
em Gaza estar à beira do colapso, pelos danos que o bombardeio causou à infraestrutura.
O documento insta o Conselho de Segurança da ONU a tomar providências e pode levar a
um processo no Tribunal Penal
Internacional, do qual Israel
não é signatário. O temor dos
israelenses, porém, é que um
julgamento resulte em mandados internacionais de prisão de
altos funcionários do governo
envolvidos na operação.
Por isso, o Ministério de Relações Exteriores de Israel vai
concentrar seus esforços diplomáticos para bloquear o relatório e evitar que chegue ao Conselho de Segurança e ao TPI.
"Nós estamos contatando
agora, por telefone e pessoalmente, líderes, ministros e
membros do Parlamento de todos os países amigos para alertá-los para os perigos que a adoção das conclusões do relatório
pode apresentar não só a Israel,
mas para todos os países democráticos, quando eles desejarem se defender contra o terror", disse Yigal Palmor, porta-voz da Chancelaria israelense.
Segundo a imprensa local, o
foco da ação diplomática são os
países membros permanentes
do Conselho de Segurança.
Com agências internacionais e o "Financial Times"
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