São Paulo, sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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Netanyahu rejeita texto da ONU sobre Gaza

Premiê israelense afirma que país exerceu autodefesa e que o documento desconsidera ataques feitos pelos palestinos

Mesmo sem reconhecer o Tribunal Penal Internacional, Israel quer evitar caso nessa corte, por temer mandados internacionais de prisão


DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rejeitou ontem as conclusões do relatório da ONU de que Israel teria cometido crimes de guerra -e possivelmente crimes contra a humanidade- durante as três semanas de intensos bombardeios contra a faixa de Gaza, entre a última semana de dezembro de 2008 e meados de janeiro deste ano. Os ataques deixaram 1.400 palestinos mortos, na maioria civis.
Netanyahu disse a emissoras de TV israelenses que se tratou de uma medida de legítima defesa. O atual premiê estava na oposição na época da incursão -levada a cabo pelo então premiê Ehud Olmert-, embora sempre a tivesse apoiado.
Segundo Netanyahu, o relatório da ONU, divulgado na terça, ignora a retirada de colônias de Gaza, em 2005, e os anos em que foguetes eram disparados por radicais do Hamas contra o sul do território israelense.
Além de acusar Israel -assim como o Hamas, justamente pelos lançamentos de foguetes-, o relatório alertou para o fato de o suprimento de água em Gaza estar à beira do colapso, pelos danos que o bombardeio causou à infraestrutura.
O documento insta o Conselho de Segurança da ONU a tomar providências e pode levar a um processo no Tribunal Penal Internacional, do qual Israel não é signatário. O temor dos israelenses, porém, é que um julgamento resulte em mandados internacionais de prisão de altos funcionários do governo envolvidos na operação.
Por isso, o Ministério de Relações Exteriores de Israel vai concentrar seus esforços diplomáticos para bloquear o relatório e evitar que chegue ao Conselho de Segurança e ao TPI.
"Nós estamos contatando agora, por telefone e pessoalmente, líderes, ministros e membros do Parlamento de todos os países amigos para alertá-los para os perigos que a adoção das conclusões do relatório pode apresentar não só a Israel, mas para todos os países democráticos, quando eles desejarem se defender contra o terror", disse Yigal Palmor, porta-voz da Chancelaria israelense.
Segundo a imprensa local, o foco da ação diplomática são os países membros permanentes do Conselho de Segurança.

Com agências internacionais e o "Financial Times"



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