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Chacina no México pode ter mais brasileiros
Agentes da PF vão ao país para ajudar a identificar vítimas de crime em Tamaulipas
FILIPE MOTTA
DE SÃO PAULO
A Polícia Federal confirmou ontem que pode haver
outros dois brasileiros entre
os 72 mortos da chacina de
Tamaulipas, no México,
ocorrida no mês passado.
Dois mineiros de Sardoá e
Santa Efigênia de Minas, cidades na região de Governador Valadares (MG), já haviam sido encontrados entre
os mortos.
Amanhã, três legistas da
Polícia Federal embarcam
para o México para auxiliar a
identificação das vítimas.
Um acordo de cooperação
técnica foi firmado entre o órgão brasileiro e o governo
mexicano para acelerar o
processo da perícia.
A PF não deu detalhes sobre esses dois supostos brasileiros nem divulgou os nomes das vítimas -só fará isso
quando tiver a confirmação.
A corporação passou a última semana recolhendo documentos e material biológico -como dados das arcádias dentárias- com as famílias das possíveis vítimas.
De acordo com a PF, há, no
entanto, "indícios fortes" de
que essas vítimas sejam do
Estado do Pará.
Procurado, o Itamaraty
não confirmou as informações da Polícia Federal.
MINEIROS
Os corpos dos dois brasileiros identificados anteriormente, Hermínio Cardoso
dos Santos, 24, e Juliard Aires
Fernandes, 19, ainda se encontram no México, de acordo com as informações do
Itamaraty.
Para que os corpos dos mineiros sejam transladados ao
Brasil, é necessário que seja
feita uma liberação pelo governo mexicano, o que, segundo o Itamaraty, ainda
não tem data prevista.
De acordo com amigos e
parentes dos dois mineiros,
Juliard e Hermínio tentavam
migrar aos Estados Unidos
ilegalmente, atravessando a
fronteira com o México.
MASSACRE
Além dos brasileiros, imigrantes de Honduras, El Salvador e da Guatemala tentavam chegar aos Estados Unidos quando foram capturados e assassinados por narcotraficantes do grupo Zetas.
A chacina só foi descoberta depois que um jovem
equatoriano relatou o episódio. Ele sobreviveu ao massacre, fugiu do local, chegou a
um posto da Marinha mexicana e relatou o ocorrido.
Segundo o depoimento do
sobrevivente, Luis Freddy
Lala Pomavilla, os narcotraficantes teriam oferecido trabalho aos imigrantes como
matadores de aluguel por um
salário de US$ 1.000 quinzenais, mas eles recusaram a
oferta e foram baleados.
Até a última semana, autoridades mexicanas haviam
identificado sete pessoas como suspeitas de envolvimento no massacre.
Três delas foram encontradas mortas, uma está presa e
outras três morreram em
confronto com agentes de segurança do país.
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