DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

O pedido do reconhecimento do Estado da Palestina, a ser feito nesta semana na ONU, será um "grande desafio" a Israel, especialmente em um momento de crescente isolamento do país.
A avaliação é feita pelo estrategista Michael Herzog, familiar com as negociações de paz. Filho do ex-presidente Chaim Herzog (1983-1993), o general da reserva participou de diversas das reuniões e tratados de peso, ocupando posições-chave no governo.
Hoje, ele é estrategista do "think tank" Jewish People Policy Institute (instituto de políticas para o povo judeu).
Herzog está em São Paulo para discutir o futuro de Israel -cenário que, diz à Folha, dependerá da solução baseada em dois Estados, um israelense e outro palestino.
"Sem isso, será difícil para Israel", afirma. "Irá reforçar o isolamento do país."
Isolamento indicado, diz, pelo apoio da comunidade internacional ao pedido palestino. Além disso, "Israel perdeu dois pilares regionais com os quais costumava cooperar, a Turquia e o Egito".
No entanto, ele aponta que Israel ainda tem o apoio dos EUA e mantém diálogo próximo com países europeus.
As consequências da missão palestina à ONU, diz, podem ser desastrosas -incluindo o trancamento das conversas de paz entre os países e a violência fronteiriça.
O estrategista lamenta que ainda não haja um Estado da Palestina -o que, afirma, não é por falta de esforço diplomático. "Mas é muito difícil encontrar um ponto em comum entre as exigências mínimas de ambos os lados."
Herzog fala hoje, às 19h, no debate gratuito "Qual É o Futuro de Israel". Mais informações no site www.fisesp.org.br.


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