|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresa culpa TSE equatoriano pelos erros e diz que não abandonou apuração
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
Gilberto Freitas, diretor de
Administração e Finanças da
Probank -que, com a Via Telecom, forma o consórcio E-Vote,
contratado para totalizar o resultado das eleições no Equador-, disse que os problemas
no atraso da apuração são de
responsabilidade do TSE equatoriano, que teria fornecido um
modelo de ata não compatível
com o sistema implantado.
Outro problema, afirmou o
diretor, foi que os links da Andinatel, companhia telefônica
local, não funcionaram. "O TSE
não cumpriu nenhuma das
obrigações que cabia a ele cumprir", afirmou Freitas.
Ele falou com a Folha no final da tarde de ontem, quando
disse que a totalização dos votos para presidente já estava
concluída. Afirmou que o trabalho segue na totalização dos
votos para deputados, sem, no
entanto, determinar um prazo
para terminar.
Segundo o diretor, o processo se daria da seguinte maneira: o TSE faria a apuração manual dos votos e preencheria
uma ata a ser entregue ao consórcio. O E-Vote digitalizaria
os dados e os transmitiria para
os servidores do consórcio, para que o sistema fizesse a totalização dos votos. Nos testes,
disse ele, foi tudo bem.
O problema aconteceu, conforme disse, porque o TSE entregou as atas com os resultados das urnas em um modelo
diferente ao entregue anteriormente ao consórcio, modelo
este implantado no sistema.
Por serem atas diferentes, o
sistema não reconheceu os dados e entrou em "colapso", afirmou ele.
"O modelo de ata que o TSE
nos entregou e nós colocamos
no nosso sistema para a captura de dados foi um. O modelo
distribuído para as pontas de
votação foi completamente diferente, inclusive com modificações nas tabelas dos partidos.
Ao tentar capturar os dados,
causou um colapso total. Joga
um layout dentro do sistema e
recebe uma informação escaneada com outro layout, o sistema não tem jeito de ler."
Rescisão
O resultado foi que, no processo de transmissão, muitas
atas foram perdidas e não
transmitidas dentro dos prazos
previstos. "Isso nos obrigou a
digitar outra vez todas as atas,
porque o sistema entrou em colapso. Tivemos que digitar novamente 36 mil atas. Contratamos emergencialmente uma
equipe de digitadores para fazer um trabalho manual que
deveria ser feito por um sistema muito bem desenvolvido e
muito bem montado por nós."
"Além disso, os links todos de
transmissão, que foram contratados com a Adinatel pelo próprio TSE, simplesmente não
funcionaram. As chamadas se
cortavam a todo instante."
O diretor disse "não ser correta" a informação difundida
no Equador de que o consórcio
teria abandonado o trabalho.
Disse que seguem no país 31
pessoas, inclusive diretores.
Freitas disse não saber se o
consórcio trabalhará no segundo turno da disputa presidencial no país, mas afirmou: "Eles
não têm nenhuma razão para
rescindir o contrato, porque
quem não cumpriu as obrigações contratuais foram eles,
não o consórcio. Vamos discutir as causas dos problemas que
não dependiam de nós".
Ele confirmou o valor do
contrato de US$ 5,2 milhões.
Segundo o governo equatoriano, citado pela imprensa local,
metade da soma já foi paga.
O porta-voz do TSE, Jorge
Valdospinos, disse que "as atas
eleitorais têm sido sempre as
mesmas desde 2000".
Colaborou FABIANO MAISONNAVE
Texto Anterior: Saiba mais: Contrato do E-Vote previa compilar atas Próximo Texto: Traslado do corpo de Perón termina em tiros Índice
|