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Caracas quer lista de funcionários de canal oposicionista Globovisión
Justificativa é pedido de proteção feito à Corte de Direitos Humanos da OEA
DE CARACAS
O governo Hugo Chávez solicitou na noite de anteontem
que a emissora de TV oposicionista Globovisión forneça uma
lista completa de seus funcionários, com foto, endereço residencial, números de telefone e
de placa de veículos. A justificativa é que as informações são
necessárias para dar segurança
ao canal, como prevê resolução
da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA.
O pedido, assinado pelo chefe
da Direção Geral dos Serviços
de Inteligência e Prevenção
(Disip), Henry Rangel, e colocado no site da emissora, é uma
resposta à solicitação do canal
por reforço da segurança, sob o
clima de tensão ante o referendo sobre a proposta de reforma
constitucional, no próximo dia
2. Nos últimos dias, a deputada
chavista Iris Valera tem ameaçado tomar as instalações da
Globovisión, que ela acusa o canal de "tergiversar a verdade",
"até que o Estado cumpra a lei".
A sede da emissora, o único
canal de TV venezuelano abertamente oposicionista, foi alvo
de um protesto chavista na
quinta-feira à noite. Os manifestantes picharam as paredes
externas com dizeres a favor da
reforma constitucional. "Sim à
autonomia, sim à América Latina, sim à pátria, sim à reforma
de dezembro", dizia uma frase.
Em meados do ano passado, a
sede já havia sido pichada por
militantes chavistas, em meio
aos protestos contra o fim da
concessão da emissora oposicionista RCTV, que hoje só
transmite via cabo. Na época, o
governo Chávez ameaçou a
emissora de fechamento, sob a
alegação de que incentivava o
assassinato do presidente.
Em setembro de 2004, a Corte exigiu do Estado venezuelano a adoção imediata de medidas de proteção aos funcionários da emissora em razão de
repetidos casos de agressão no
exercício do trabalho.
(FM)
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