São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2007

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Caracas quer lista de funcionários de canal oposicionista Globovisión

Justificativa é pedido de proteção feito à Corte de Direitos Humanos da OEA

DE CARACAS

O governo Hugo Chávez solicitou na noite de anteontem que a emissora de TV oposicionista Globovisión forneça uma lista completa de seus funcionários, com foto, endereço residencial, números de telefone e de placa de veículos. A justificativa é que as informações são necessárias para dar segurança ao canal, como prevê resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA.
O pedido, assinado pelo chefe da Direção Geral dos Serviços de Inteligência e Prevenção (Disip), Henry Rangel, e colocado no site da emissora, é uma resposta à solicitação do canal por reforço da segurança, sob o clima de tensão ante o referendo sobre a proposta de reforma constitucional, no próximo dia 2. Nos últimos dias, a deputada chavista Iris Valera tem ameaçado tomar as instalações da Globovisión, que ela acusa o canal de "tergiversar a verdade", "até que o Estado cumpra a lei".
A sede da emissora, o único canal de TV venezuelano abertamente oposicionista, foi alvo de um protesto chavista na quinta-feira à noite. Os manifestantes picharam as paredes externas com dizeres a favor da reforma constitucional. "Sim à autonomia, sim à América Latina, sim à pátria, sim à reforma de dezembro", dizia uma frase.
Em meados do ano passado, a sede já havia sido pichada por militantes chavistas, em meio aos protestos contra o fim da concessão da emissora oposicionista RCTV, que hoje só transmite via cabo. Na época, o governo Chávez ameaçou a emissora de fechamento, sob a alegação de que incentivava o assassinato do presidente.
Em setembro de 2004, a Corte exigiu do Estado venezuelano a adoção imediata de medidas de proteção aos funcionários da emissora em razão de repetidos casos de agressão no exercício do trabalho. (FM)


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