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Câmara aprova a entrada da Venezuela no Mercosul
Adesão segue para Senado do Brasil; falta chancela paraguaia
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados
brasileira aprovou na noite de
ontem, por 265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da
Venezuela ao Mercosul, bloco
regional formado por Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai.
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006, ainda
precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor. Os
Congressos do Uruguai, Argentina e da própria Venezuela já
votaram pela entrada do país
no Mercosul. Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o acordo.
Diferentemente do ocorrido
em outras comissões, a votação
no plenário da Câmara foi calma ontem, enquanto os líderes
do Mercosul estavam reunidos
na cúpula de Costa do Sauípe
(Bahia), que condensou encontros regionais. Houve apenas
manifestações contrárias isoladas de deputados do PSDB.
Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional mostram que a entrada do
país resultará em um bloco
com mais de 250 milhões de
habitantes, área de 12,7 milhões de km, PIB superior a U$
1 trilhão (aproximadamente
76% do PIB da América do Sul)
e comércio global superior a
US$ 300 bilhões.
O PSDB foi o único partido a
orientar a votação contrária. O
deputado Arnaldo Madeira
(PSDB-SP) argumentou que a
ingressão da Venezuela no bloco pode ser prejudicial para a
economia da região, graças a
postura polêmica do atual presidente do país, Hugo Chávez.
"Nós temos hoje um forte antagonismo entre o presidente da
Venezuela e vários parceiros da
região e isso poderá dificultar a
integração com outros blocos
econômicos. Votamos contra
por razões de ordem econômica e não ideológica", disse.
Antônio Carlos Pannunzio
(PSDB-SP) lembrou ainda que
a Venezuela deixou de cumprir
diversos requisitos estabelecidos do protocolo de adesão. O
líder do DEM, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto
(BA) liberou a bancada na votação de ontem no plenário.
Deputados do PT saíram em
defesa do país. José Genoíno
(PT-SP) disse que o isolamento
da Venezuela poderia levar a
uma crise e a um fundamentalismo. "A integração entre países é pluralista. Não podemos
fazer o crivo ideológico sobre
quem está na Presidência da
República para realizar a integração", disse.
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