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Ataques em série paralisam Cabul
Ação terrorista mata 5, provoca combates de 6 horas e gera apreensão sobre segurança na capital afegã
Taleban reivindica a ação, que diz ser retaliação contra proposta de cooptação que Karzai deve apresentar em reunião em Londres dia 28
DA REDAÇÃO
Ataques coordenados de insurgentes ligados ao Taleban
no centro da capital do Afeganistão, Cabul, deixaram ao menos cinco mortos e 71 feridos
ontem e provocaram seis horas
de enfrentamento com forças
de segurança a poucos metros
do palácio presidencial.
A ofensiva terrorista no coração governamental do Afeganistão é a mais ousada em pelo
menos um ano e ocorre a apenas dez dias de uma aguardada
conferência internacional em
Londres, em que será discutida
a nova estratégia no país da
missão liderada pelos EUA.
Os ataques tiveram início por
volta das 10h locais, quando o
presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, realizava uma cerimônia no palácio presidencial
para o juramento dos ministros
de seu segundo mandato.
Segundo relatos, um homem-bomba se explodiu na
praça do Pashtunistão, a algumas centenas de metros dos
portões da sede do governo e ao
lado do Ministério da Justiça.
Em seguida começaram ataques coordenados contra prédios do governo.
Em instantes, a região central de Cabul foi cercada por
soldados e policiais afegãos. Os
atacantes se refugiaram em um
mercado próximo, um dos mais
movimentados da cidade, dando início a uma intensa troca de
tiros. Outros dois homens se
explodiram, incendiando a edificação de quatro andares.
A poucas quadras dali, um
veículo que se fez passar por
ambulância foi parado por uma
barreira de segurança e também foi detonado, em frente a
outro centro comercial e ao lado do Ministério da Educação.
Logo depois, novos choques
foram registrados num cinema
a menos de 1 km do alvo central
dos terroristas. Os ataques esvaziaram o centro de Cabul.
Ao fim da tarde, Karzai disse
que a capital afegã estava "sob
controle". Segundo o governo,
dois civis -uma criança-, três
membros de forças de segurança e sete terroristas morreram.
Histórico de ataques
Em fevereiro do ano passado,
ataques coordenados na mesma região deixaram 20 mortos.
Em outubro, um atentado contra prédio que abrigava funcionários da ONU matou 11 pessoas -cinco da organização.
"Estamos muito preocupados, muitos desapontados com
a segurança da capital", disse o
comerciante Mohammad Hussain, 25, que presenciou os ataques. "Dezenas de milhares de
soldados dos EUA e da Otan estão sendo enviados, [mas] a segurança em Cabul só piora."
Neste ano, a tropas internacionais devem receber reforço
de quase 40 mil homens -30
mil americanos, como parte da
nova estratégia delineada pelo
governo dos EUA para o país.
O Taleban, que lidera a insurgência contra as forças ocidentais, reivindicou a autoria dos
ataques e disse se tratar de uma
retaliação à proposta de cooptação de setores do grupo que
Karzai deverá levar a Londres
na conferência do dia 28.
Com "New York Times" e agências internacionais
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